Padre Márcio

Perseguidos, mas unidos em Cristo Ressuscitado

6º dia da Oitava de Páscoa

Partilha da Palavra: At 4,1-12; Sl 117; Jo 21,1-14

Pedro e João fizeram um bem a um coxo e estavam explicando ao povo que havia sido Jesus o autor daquela obra. Com isso, os sumos sacerdotes com a guarda do Templo foram prendê-los, pois falavam a respeito da Ressurreição de Jesus. Mais uma vez, a Palavra estava se cumprindo porque o Senhor já havia falado que os seus seriam presos e levados aos tribunais por causa d’Ele, assim, os apóstolos tiveram a honra de sofrer perseguição por causa d’Ele. Não precisamos temer se passamos por dificuldades ou perseguições por causa do Senhor, devemos nos alegrar, pois o caminho do cristão é o mesmo de Cristo.

:: Conversão no tempo da ressurreição

Diante das autoridades religiosas, Pedro novamente teve a oportunidade de anunciar o Ressuscitado, pedra angular rejeitada pelos construtores e nome de Salvação, Jesus. Da mesma forma, quando tivermos em situações adversas que imitemos os apóstolos e aproveitemos a oportunidade para anunciar Jesus.

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Naquela noite e madrugada, nada de peixe, Jesus de longe apareceu, mas não O reconheceram, Ele indicou onde deveriam lançar as redes. (Foto ilustrativa | Arquivo CN)

No Evangelho, vemos um outro Pedro ainda desanimado, talvez triste, por conta de tudo que viveu nos últimos dias e resolveu ir pescar. Quando uma pessoa possui uma autoridade, mesmo triste, ela consegue levar outros. Pedro foi pescar e outros discípulos foram com ele. Cada pessoa ao seu modo pode influenciar para o bem ou para o mal, pode conduzir alguém ou um grupo para um caminho bom ou ruim. Que na grande ou pequena liderança que nós tivermos, o Senhor nos conceda a graça de conduzir as pessoas para a vida plena em Jesus.

Porém, naquela noite e madrugada, nada de peixe, Jesus de longe apareceu, mas não O reconheceram, Ele indicou onde deveriam lançar as redes. Quando perceberam a rede pesada e cheia de peixes o discípulo amado não teve dúvida e avisou: “É o Senhor!”. Pedro, afobado, se veste e pula na água ao encontro de Jesus. Temos aqui duas realidades: o discípulo amado que não perdeu totalmente a sensibilidade e percebeu que era o Senhor e, por outro lado, Pedro que, com seu ímpeto, pula de amor ao encontro de Jesus. Que nós, embora tristes, não percamos a sensibilidade de perceber a presença de Deus e, mesmo tristes, deixemos que a boa notícia nos inflame de amor e nos leve mergulhar ao Seu encontro.

:: Testemunho: “Nosso milagre ao Pai das Misericórdias”

Quando os discípulos chegaram às margens viram que Jesus havia preparado alguns peixes em pães na brasa. O Senhor sempre se adianta, socorre e surpreende os seus discípulos. A noite toda sem pescar, mas Jesus, de longe, conseguiu orientá-los e pescaram 153 peixes. Os 153 significavam a totalidade; e o fato da rede não se romper ocorre pela unidade da comunidade.

Por fim, que belo testemunho da comunidade de Pedro: juntos na tristeza e na alegria! Hoje, enfrentamos dias difíceis em que a proposta é a do individualismo, da vaidade e, ao olharmos para vida comunitária dos primeiros discípulos, percebemos que a nossa resposta deve ser a da união, partilha e do perdão, isto é, dos valores que se aprendem em casa.

Que o Senhor, nesta Páscoa, nos ajude a fazer esse caminho de testemunho na perseguição, que o amor de Jesus sempre nos inflame e que vivamos a unidade para superarmos as diferenças!

Padre Márcio Prado
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias

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