Padre Márcio

Unidos a Cristo e à Igreja, damos frutos

“Eu sou a videira e vós os ramos”

Liturgia: At 15,1-6; Sl 121; Jo 15,1-8;

Jesus Cristo morreu, ressuscitou, ascendeu aos céus e enviou o Espírito Santo sobre os apóstolos para continuar a sua missão. Diversas conversões ocorreram e muitos judeus e pagãos reconheceram Jesus como Senhor e Salvador.

Um grupo de cristãos, vindos do judaísmo, começaram a discutir com Paulo e Barnabé sobre os pagãos que se convertiam. Esses cristãos defendiam a circuncisão para os que não eram da raça de Israel. Como tal situação gerou confusão, essa questão foi levada aos apóstolos em Jerusalém.

dá bons frutos

“Eu sou a videira e vós os ramos” (Jo 15,5)

O sopro do Espírito Santo estava, sem dúvida, sobre os apóstolos e os cristãos convertidos, haviam situações mais tranquilas a se resolver e outras mais desafiantes. Foi o caso da circuncisão: afinal, os irmãos vindos do paganismo precisavam ou não passar pelo rito judaico? Os apóstolos se reuniram para verificar a situação.

O Espírito de Cristo estava nisso, já que viviam em comunidade, nada mais justo que, em família, conversar sobre a questão. Os apóstolos e os primeiros cristãos nos ensinam a necessidade de conversa, de oração e de decisão comum, de não defender somente o próprio ponto, mas sim tomar a decisão certa à luz de Jesus.

Dê bons frutos

Será que antes de tomarmos decisões difíceis poderíamos rezar, verificar o que a Igreja ensina, reunir a família, reunir o grupo, escutar um sacerdote ou alguém maduro da Igreja para acertarmos melhor ou errarmos menos?

Nós somos Igreja, fazemos parte do Corpo de Cristo, e Jesus, no Evangelho, ensinou exatamente isso aos discípulos “Eu sou a videira e vós os ramos” (Jo 15,5). Isso é muito sério, os discípulos eram parte da videira, os ramos. Não são dos ramos que vêm a folhagem e os frutos? Que responsabilidade tinham esses homens?

Jesus ensinava ainda que o ramo é podado ou purificado para dar mais fruto ainda (Jo 15,2). Quem é da agricultura, cultiva uma plantação ou uma planta, sabe perfeitamente o que Cristo estava a dizer. Para que a árvore dê frutos, não basta aguar; é preciso limpar, podar, colocar algum adubo.

O Senhor dá pelo menos dois ensinamentos:

1) permitir a poda ou acolher a poda para crescer e dar ainda mais frutos;
2) estar ligado a Ele, quem está com o Senhor “produz muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,5b).

Por fim, irmãos, não é fácil tomar uma decisão conjunta e à luz de Cristo, mas é necessária para acertarmos, é ainda uma forma de vencer o egoísmo. Vamos sempre rezar e verificar o que a Igreja, boca de Cristo, nos ensina e escutar os irmãos. E unidos a Igreja e ao Cristo, vamos permitir que ele nos purifique, limpe-nos. A poda dói? Sim, mas é necessária para o bem da árvore. A poda de Deus dói em nós? Sim, mas é para o bem de nossa alma. Assim, unidos a Cristo e à Igreja, podados e ligados a Ele através da obediência, da vivência da Palavra, ou seja, da caridade, que nós possamos dar muitos frutos para a glória de Deus.

Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!

Padre Márcio Prado
Vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias

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