ADVENTO

O nascimento de Jesus e seu retorno final

O Advento inaugura um novo ano litúrgico na Igreja, as leituras deste novo ano terão como Evangelho principal o de São Mateus. Advento é o tempo de preparação para comemorarmos o Natal de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Além de comemorarmos a sua primeira vinda, nós ainda nos preparamos para a vinda definitiva do Senhor.


Como viver este tempo? Como nos prepararmos para a grande festa da Encarnação?

Bom, neste tempo, reparemos que a cor litúrgica é o roxo, que remete à penitência, à introspecção, a um silêncio litúrgico. Por exemplo, não se entoa o cântico do “Glória”*, exatamente para o cantarmos, “a plenos pulmões”, na noite do dia 24 de dezembro. 

Silêncio para escutar a Deus, silêncio para perceber o que Ele quer, silêncio para “ouvir com o coração” o Senhor. Num tempo de muito barulho e muitas informações, poderemos nos perder em tantos ruídos ou pode ser que percamos a “audição espiritual” ferida devido ao “volume alto” do som mundano.

Aproveitemos o silêncio da liturgia, vamos trazê-lo para o nosso dia a dia, afinemos nosso coração à voz do Senhor. Como? Através da oração, a qual nos coloca em sintonia com Deus. A oração é aquele “colóquio” com nosso Amigo/Jesus, mas atenção é um diálogo, ou seja, fala-se e escuta-se.

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Mas como escutar o Senhor? São Jerônimo ensina que, quando lemos a Palavra, Deus fala conosco. Irmãos, não precisamos ir atrás de palavras novas, aprendamos a ouvir a novidade naquilo que os autores sagrados se inspiraram, aprendamos a ouvir a Igreja, o Magistério da Igreja que continua a nos ensinar o caminho do Céu. Abramos o nosso coração, abramos os ouvidos do coração para agirmos ante os desafios que estão a nossa frente.

A liturgia, neste tempo, nos chama a nos prepararmos para o Natal do Senhor. Montemos o presépio, montemos a árvore e preparemos a ceia, mas preparemos, principalmente, o coração. Talvez não tenhamos um palácio, um berço de ouro, fartura de comida, bebidas finas… Porém, o que o Senhor quer mesmo é um coração simples e acolhedor. 

Preparemos a casa e a casa do coração; nesse sentido, nossa preparação tem ainda o significado de aguardar a vinda definitiva de Jesus. Ele virá em glória, virá para salvar e nos julgará. Quando se fala em juízo final, pode dar um certo medo, mas, antes de tudo, deve ser uma motivação. Sim, devemos sair do comodismo, da mesmice no tocante a uma vida “mais ou menos” cristã. Então, é tempo de “Despertar, pois a salvação está mais próxima do que quando abraçamos a fé” (Rm 13,11).

Enfim, preparemos e olhemos para o presépio, preparemo-nos interiormente com a oração, com uma boa revisão de vida, com atos de misericórdia, e nos questionemos: há valores que abandonamos? Façamos, se possível, uma boa confissão; e que este Natal seja o melhor de todos não por causa dos sinais externos, por causa das festas, das comidas ou bebidas, mas por causa da conversão do coração que entendeu que, antes de tudo, o Natal é Jesus, e que será Natal na vida dos outros se vivermos o que Ele nos ensinou.  

*Salvo nas festas marianas da Imaculada Conceição e Nossa Senhora de Guadalupe onde se canta o “Glória”.

 

 

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