Maria na história da salvação

A Anunciação a Maria inaugura a plenitude dos tempos (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das promessas e dos preparativos. Maria é convidada a conceber Aquele em quem habitará corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2,9). A resposta divina ao seu questionamento – “Como será isso, se eu não conheço homem?” (Lc 1,34) – é dada pelo poder do Espírito: “O Espírito Santo virá sobre ti” (Lc 1,35).

A predestinação de Maria

“Deus enviou o seu Filho” (Gl 4,4), mas para Lhe formar um corpo, quis a livre cooperação duma criatura. Para isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho, uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré, na Galileia, “virgem que era noiva de um homem da casa de David, chamado José. O nome da virgem era Maria” (Lc 1,26-27).

O Pai das Misericórdias quis que a aceitação, por parte da que Ele predestinara para a Mãe, precedesse a Encarnação, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida.

Ao longo da Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela missão de santas mulheres. Logo no princípio, temos Eva; apesar da sua desobediência, ela recebe a promessa duma descendência que sairá vitoriosa do maligno e de vir a ser a mãe de todos os vivos. Em virtude dessa promessa, Sara concebe um filho, apesar da sua idade avançada.

Contra toda a esperança humana, Deus escolheu o que era tido por incapaz e fraco para mostrar a sua fidelidade à promessa feita: Ana (a mãe de Samuel), Débora, Rute, Judite e Ester e muitas outras mulheres. Maria é a primeira entre os humildes e pobres do Senhor, que, confiadamente, esperam e recebem a longa espera da promessa, cumprem-se os tempos e inaugura-se a nova economia da salvação.

Fonte: filcatholic.org

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A Imaculada Conceição

Para vir a ser Mãe do Salvador, Maria foi adornada por Deus com dons dignos de uma tão grande missão. O anjo Gabriel, no momento da Anunciação, saúda-a como cheia de graça. Efetivamente, para poder dar o assentimento livre da sua fé ao anúncio da sua vocação, era necessário que Ela fosse totalmente movida pela graça de Deus.

Ao longo dos séculos, a Igreja tomou consciência de que Maria, cumulada de graça por Deus, tinha sido redimida desde a sua conceição. É o que confessa o dogma da Imaculada Conceição, proclamado em 1854 pelo Papa Pio XI:

“Por uma graça e favor singular de Deus onipotente e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada intacta de toda a mancha do pecado original no primeiro instante da sua conceição.”

“Faça-se em mim segundo a Tua palavra”

Ao anúncio de que dará à luz o Filho do Altíssimo, sem conhecer homem, pela virtude do Espírito Santo, Maria respondeu pela obediência da fé, certa de que a Deus nada é impossível: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Assim, dando o seu consentimento à Palavra de Deus, Maria tornou-se Mãe de Jesus. E aceitando de todo o coração, sem que nenhum pecado a retivesse, a vontade divina da salvação, entregou-se totalmente à pessoa e à obra do seu Filho para servir, na dependência d’Ele e com Ele, pela graça de Deus, o mistério da redenção:

“Como diz Santo Irineu, obedecendo, Ela tornou-se causa de salvação, para si e para todo o gênero humano. Eis porque não poucos padres afirmam, tal como ele, nas suas pregações, que o nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; e aquilo que a virgem Eva atou, com a sua incredulidade, desatou-o a Virgem Maria com a sua fé; e, por comparação com Eva, chamam Maria ‘a Mãe dos vivos’ e afirmam muitas vezes: a morte veio por Eva, a vida veio por Maria.”

A maternidade divina de Maria

Aquele que Ela concebeu como Homem, por obra do Espírito Santo, e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne, não é outro senão o Filho eterno do Pai, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é, verdadeiramente, Mãe de Deus.

A virgindade de Maria

As narrativas evangélicas entendem a conceição virginal como uma obra divina que ultrapassa toda a compreensão e possibilidade humanas. “O que foi gerado vem do Espírito Santo”, diz o anjo a José, a respeito de Maria, sua esposa (cf. Mt 1,2o). A Igreja vê nisso o cumprimento da promessa divina feita por meio do profeta Isaías: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho” ( Is 7,14).

O aprofundamento da fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo não diminuiu; antes, consagrou a integridade virginal da sua mãe. A liturgia da Igreja celebra Maria como a sempre Virgem.

Jesus é o filho único de Maria, mas a maternidade espiritual dela se estende a todos os homens que Ele veio salvar: “Ela deu à luz um Filho que Deus estabeleceu como primogênito de muitos irmãos, isto é, dos fiéis para cuja geração e educação Ela coopera com amor de mãe”.

.: Retirado do Catecismo da Igreja Católica.

Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!

 

 

 

 

 

 

 

 

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