NOVOS PADRES PARA A IGREJA 2023

Diácono Lucas Paulino da Silva: "Fiz-me tudo para todos"

Série Novos Padres para a Igreja 2023 

No próximo domingo, Solenidade da Santíssima Trindade e Festa do Pai das Misericórdias, serão ordenados dois novos padres da Comunidade Canção Nova

Conheceremos, agora, a história vocacional de Lucas Paulino da Silva, natural de São Paulo (SP). Adotou como lema para seu sacerdócio: “Fiz-me tudo para todos” (1 Cor 9,22). Atualmente, mora na Frente de Missão da Canção Nova em Queluz, missão conhecida como a Casa de Maria. 

Diácono Lucas Paulino nasceu no dia 15 de fevereiro de 1990, e é membro da Comunidade Canção Nova desde 2013.

Diácono Lucas Paulino na Casa de Maria em Queluz (SP)

Diácono Lucas Paulino na Casa de Maria em Queluz (SP)

O Chamado

Lucas sentiu que Deus o chamava ao sacerdócio durante o seu período de pré-discipulado (primeira etapa formativa dentro da Comunidade Canção Nova). Lucas relata sobre esse tempo: “Diante de algumas inquietações que fui vivendo, trabalhando a minha história vocacional e pessoal, fui identificando, dentro da minha história, um chamado específico ao sacerdócio. Um chamado que eu nunca imaginei, nunca quis. Mas que fui constatando nesse processo de cura interior e reconciliação. Fui constatando que Deus me chamava para um chamado específico.”

Diante do chamado de Deus, Lucas decidiu fazer uma novena em segredo a São Padre Pio. Pedia um sinal de confirmação se, de fato, essa era a vontade de Deus para ele. O sinal pedido foi: se fosse a vontade de Deus que ele se tornasse padre, que, durante o período dessa novena, ele ganhasse uma imagem de Padre Pio. Seria o sinal visível para que ele pudesse dar esse passo diante do sacerdócio. 

Lucas Paulino: “E aí, para minha surpresa, ao término dessa novena, eu recebi uma imagem vinda de um lugar que eu nem imaginava. De uma pessoa que eu nunca imaginei. E eu fiz essa novena em silêncio. Então, diante desse grande sinal, eu não pude mais me esconder, não pude mais fugir. Então, eu dei a minha resposta.”

Um chamado que, após ser reconhecido, foi se revelando mais claramente. Lucas percebeu que, desde sua infância, já trazia em si traços da sua vocação sacerdotal, mas que só agora faziam sentido para ele. Ainda criança, Lucas tinha uma profunda inclinação a ajudar o próximo e os que mais precisavam.

Seminário

Já no Seminário Canção Nova, Lucas partilha que o grande desafio foi enfrentar os próprios combates interiores, e mais do que entrar exteriormente no seminário, entrar interiormente nessa nova realidade vocacional.

“No seminário, eu pude ir constatando muitas coisas,  situações que talvez me desanimaram durante o caminho. No sentido de encontrar minhas debilidades, fraquezas, limitações. Fui com muito medo dos estudos, porque eu não tinha uma vida acadêmica. Dentro da comunidade, eu fiz a primeira faculdade. Tudo isso foi um grande desafio”, relata o diácono.

Durante o tempo de seminário, Lucas passou seu ano de missão  na casa de Moçambique, na África. Foi a primeira vez que fez a experiência de morar fora do Brasil. Depois de um ano, retornou ao Brasil para finalizar os estudos de Teologia.

Lucas ressalta também que foi dentro do seminário que viveu suas melhores experiências: “Dentro do seminário, encontrei grandes amigos.  Pude me aprofundar no amor a Deus, na intimidade com Nossa Senhora e no carisma Canção Nova. Foi onde eu consegui ser mais eu, de encontrar-me comigo.” 

Para Lucas, o tempo de seminário, período de cerca de sete anos, passou de maneira tranquila. Foi nesse tempo que ele acredita ter sido bem formado como homem de Deus e nos relacionamentos pessoais: “Eu entrei no seminário um menino com 23 anos, e hoje estou com 33. Então, eu louvo e agradeço a Deus por esse tempo, pelas experiências que eu pude viver. Experiências positivas, e também as negativas que me formaram. Situações que me ajudaram a ser aquilo que eu sou hoje. A ser aquilo que eu quero assumir, que é o sacerdócio.”

Monsenhor Jonas Abib

Um momento marcante para a história de Lucas Paulino foi o falecimento de seu pai fundador, padre Jonas Abib: O último dia 12 de dezembro foi o mais impactante para mim.  Às vésperas da ordenação diaconal. Para mim, foi uma dor muito grande, porque eu convivi com o padre Jonas. Durante um mês, estive como sentinela, cuidando dele diariamente. Eu tive a graça de tocar num padre Jonas que é brincalhão, que cuida,  é atencioso, bem-humorado. Um homem de oração, que busca agradar a Deus em tudo. Quando eu me despedi dele, ele disse assim: ‘Não vejo a hora de colocar a estola em você!'”.

Embora exista a saudade do fundador, Lucas contempla que sua vocação é fruto do sacerdócio do padre Jonas: “Agora, eu entendo que ele está lá no céu. Ele vai colocar a estola em mim também lá do céu, de forma espiritual, me acompanhando e intercedendo por mim”, afirma o diácono. 

Futuro Padre Lucas Paulino

Questionado sobre o próprio perfil traçado nesses anos, Lucas partilha que deseja buscar ser um padre que esteja no meio do povo. Assim como diz o Papa Francisco, um padre que tenha cheiro de ovelhas: “Pode contar comigo para que eu seja um padre atento, atencioso e disponível.  Principalmente um padre que aponte o céu. Um padre que queira levar as pessoas para o céu, que aponte a santidade, que denuncia o pecado e mostre aquilo que é a vida cristã, aquilo que é o ideal de Jesus para cada um de nós: a santidade”.

Diácono Lucas, muito em breve padre Lucas, fala ainda do propósito de buscar ser um padre extremamente apaixonado por Cristo, pela Eucaristia e pelos mistérios de Cristo, dispensador dos sacramentos de Cristo. Pede também ajuda do povo: “Ajudem-me a ser santo, ajudem-me a caminhar na vontade de Deus. Se eu errar, corrijam-me. Não tenham medo de me corrigir, não tenham medo de se aproximarem e dizer que estou indo por um caminho errado. Eu não tenho receio de me colocar sobre a proteção dos irmãos, porque os irmãos me protegem. A comunidade me protege”. 

Ser padre em uma comunidade é algo essencial para sua vida: “Eu não seria padre se não fosse a comunidade. Se fosse pra ser padre fora, eu não gostaria de ser. Então, eu conto com a Comunidade Canção Nova, com os irmãos de comunidade. Eu conto com os casais, com os solteiros. Eu conto com os celibatários, com os seminaristas, com as crianças na comunidade, para que me façam mais santo.”

Papel de Maria na sua história 

No seu último ano de missão como diácono, Lucas foi enviado para morar na “Casa de Maria”, em Queluz (SP). Partilhando sobre o papel da Virgem Maria em sua própria história, Lucas afirma que foi Maria quem tudo fez na sua vida. 

Ainda quando era pequeno, Lucas era acometido por uma enfermidade. O ouvido sempre inchava e os médicos não sabiam qual era o motivo que causava a inflamação. Em uma das idas e vindas ao hospital, na Travessa com a Paulista, na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, em São Paulo, Lucas entrou numa igreja, tinha nessa época 11 anos. Ele relembra: “Eu pedi pra minha mãe entrar numa igreja, na Imaculada Conceição. Eu lembro muito nitidamente. Eu ajoelhei e rezei ali para Nossa Senhora. Esse foi meu primeiro contato, de maneira específica, com Nossa Senhora”. Aquela doença foi um meio de tocar no cuidado de Nossa Senhora em sua vida e na sua cura. 

Para Lucas, ter vivido esse ano de preparação ao sacerdócio dentro da Casa de Maria em Queluz, a casa onde tudo começou na Canção Nova,  foi uma resposta de Deus: “Quando todo mundo desistiu de mim, Nossa Senhora disse para o filho dela: “Acredite, ele vai dar certo”. Então, eu não posso ver a minha vocação, não posso ver a concretização do sacerdócio na minha vida sem a intercessão e o cuidado materno de Nossa Senhora, que é tão cara pra mim, tão cara ao meu coração.”

Ordenação: 

Dia – 04 de junho de 2022
Hora: 9h30
Local: Santuário do Pai das Misericórdias – Canção Nova
Celebrante: Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias – Bispo de Lorena (SP)

Veja a entrevista completa com Diácono Lucas Paulino

Comunicação Santuário Pai das Misericórdias

 

 

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