O oferecimento que agrada a Deus ensinado pela Virgem Maria
A Virgem Maria foi enviada por Deus para visitar a humanidade a treze de maio de 1917, na Cova da Iria, em Fátima, Portugal, trazendo-nos uma mensagem de esperança e um convite à conversão através de uma vida de oração assídua e de penitência.
Passaram-se noventa e nove anos, porém a mensagem que Ela nos trouxe continua atual e ajuda-nos a vivenciar as palavras de Jesus: “Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no evangelho.” (Mc 1, 15) Com o seu amor materno, a Virgem Santíssima preocupa-se com a nossa salvação e interpela-nos a vivermos uma vida ofertada e centrada no amor de seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Cristo no centro
No dia treze de maio de 1917, na aparição aos pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta, Nossa Senhora falou: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?”(Memórias da Ir. Lúcia)
É importante salientar nas palavras da Virgem Maria o seu empenho em conduzir-nos a uma centralidade em Deus, quando diz: “quereis oferecer-vos a Deus”…
Ela interpela-nos a uma vida ofertada, seguindo o exemplo de Jesus Cristo que na sua infinita misericórdia deu a Sua vida pela salvação da humanidade. Unindo-nos a Jesus e ofertando a nossa vida livremente ao Pai por seu intermédio, colaboramos e vivenciamos com Ele a sua grande Paixão: A SALVAÇÃO DAS ALMAS.
A Virgem Maria prometeu aos pastorinhos que a graça de Deus seria o conforto deles mediante os sofrimentos que viriam diante do “sim” que eles deram. E assim Ela vela por cada um de nós concedendo-nos as graças necessárias especialmente nos momentos cruciais em que vivemos.
A Santíssima Virgem em Fátima veio despertar-nos do comodismo que muitas vezes nos paralisa e tira a nossa visão espiritual. Com Ela aprendemos que não podemos perder tempo, que devemos nos empenhar assiduamente na nossa própria conversão, pois, somente assim, trabalharemos pela conversão dos pecadores que Ela tanto pediu.
Reparar é amar
Com a Virgem Maria aprendemos que reparar é amar e que é justamente o amor a Deus que dá sentido aos atos de reparação que fazemos. Para viver cada oferta reparadora precisamos estar imbuídos de amor, centrados em Jesus Cristo, que é o Amor por excelência, como nos ensina S. João: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1 Jo 4, 8)
Falando de reparação, Nossa Senhora pediu à irmã Lúcia em Pontevedra, Espanha, a devoção reparadora dos cinco primeiros sábados. Ela pediu que fizéssemos quatro atos reparadores, para reparar o seu coração Imaculado. Disse a SS. Virgem:
“Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante 5 meses, ao 1.° sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.” (Memórias da Ir. Lúcia)
A Virgem Maria disse “Tu, ao menos, vê de Me consolar” para enfatizar que cada um de nós precisa assumir pessoalmente a sua parcela de contribuição na vivência da santidade e dos atos reparadores.
Agora que já sabemos o que é reparação, podemos praticar os atos reparadores ensinados por Nossa Senhora, oferecendo a Deus os sofrimentos involuntários que nos surpreendem quotidianamente e também aqueles voluntários através das penitências que fazemos, para reparar o Coração Imaculado da Santíssima Virgem e o Coração de Nosso Senhor.
Nossa Senhora nos pediu em todas as aparições de Fátima a oração diária do Terço para alcançarmos a paz. Ela quis escolher esta oração, por ser uma oração cristocêntrica, onde meditamos os mistérios, da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e também por ser uma oração acessível a todos. A Virgem nos ensina a grande importância da perseverança na nossa vida de oração como elemento imprescindível para a nossa comunhão com Deus e para a nossa salvação.
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Entrar na “escola de Maria“
Ela ensinou aos pastorinhos a amar a Nosso Senhor, concedendo-lhes um profundo desejo de consolar o Seu coração, de converter os pecadores e reparar o Seu Coração.
Conforme São João Paulo II falou na homilia da beatificação do Francisco e da Jacinta (2000), devemos nos matricular na escola de Maria, pois Ela nos mostra um caminho rápido e seguro para o Céu. “Pedi aos vossos pais e educadores que vos metam na «escola» de Nossa Senhora, para que Ela vos ensine a ser como os pastorinhos, que procuravam fazer tudo o que lhes pedia. Digo-vos que «se avança mais em pouco tempo de submissão e dependência de Maria, que durante anos inteiros de iniciativas pessoais, apoiados apenas em si mesmos» (S. Luís de Montfort, Tratado da verdadeira devoção à SS.ma Virgem, nº 155). Foi assim que os pastorinhos se tornaram santos depressa.”
Que Nossa Senhora nos ajude enquanto peregrinos no tempo, a sermos alunos assíduos na Sua escola, para que possamos progredir na vivência do evangelho, trazendo Jesus para o centro da nossa vida. Desta forma contemplaremos nas nossas vidas o cumprimento da Sua promessa amorosa: “Por fim o Meu Imaculado Coração triunfará”! (Memórias da Ir. Lúcia)
Áurea Maria
Missionária da Comunidade Canção Nova, que residiu por 10 anos na Frente de Missão de Fátima, Portugal