Igreja celebra Festa da Transfiguração do Senhor
Hoje, comemoramos a Festa da Transfiguração do Senhor. Esta Festa tem origem na Igreja do Oriente, no mês de agosto. No Ocidente, começou a ser celebrada em 1456, com Calixto II. Esta Festa que comemoramos é a festa da Luz.
A primeira leitura, da 2º Carta de São Pedro, fala a respeito da segunda vinda do Senhor.
Essa declaração que Pedro recebeu, assim como outros discípulos, ele a transmite como testemunha. Os apóstolos foram testemunhas do evento no Monte Tabor e testemunhas de Jesus Cristo. Por que os apóstolos, por que Pedro, tiveram tanta ousadia a anunciar a Palavra de Deus? Por que os santos tiveram tanta ousadia para anunciar a Palavra de Deus? Quando foi necessário, eles também entregaram a vida, se doaram pela causa de Deus. Por que? Por causa de Jesus Cristo, a experiência de serem profundamente amados por Nosso Senhor. Os discípulos não só viram apenas Jesus realizando milagres e ensinando mas a vida de Jesus, o comportamento de Jesus, expressava esse amor para com os irmãos, esses discípulos e de tantas pessoas que puderam fazer essa experiência com o Cristo.
Silêncio como necessidade para O escutar
Todos nós somos chamados a fazer essa experiência. No Evangelho, Jesus chama esses três discípulos: Pedro, João e Tiago. Numa outra oportunidade, Jesus escolheu e enviou 72 discípulos. Porém, neste momento, Jesus chama os mais próximos e sobe ao monte para orar. O monte tem esse belo significado de encontro com Deus. Muitas vezes, queremos ter um encontro com Deus, queremos ter as graças de Deus. Muitas vezes (ou poucas vezes) subimos ao monte para estar com Deus. Subir ao monte significa se retirar do barulho. “Lá fora” há muito barulho, muita agitação que não nos permite escutar o Senhor, fazer uma experiência com o Senhor. É por isso, tão importante manter o silêncio na igreja, no santuário. É no silêncio que conseguimos escutar Deus e fazer uma experiência com Deus. No silêncio que fazemos, contemplamos a face de Deus e somos iluminados.
Na plenitude dos tempos, a Promessa se cumpriu
Os discípulos foram capazes de estar à parte com o Senhor, estar no cimo do monte. Lá, Jesus Se transfigurou diante deles. Qual a imagem que os três discípulos tiveram de Nosso Senhor Jesus Cristo transfigurado? Suas vestes e Seu Rosto brilhava. Surgem, também dois personagens do Antigo Testamento: Elias e Moisés. Em Elias, os profetas, em Moisés, a Lei: a Lei e os Profetas; e Jesus, o cumprimento da Profecia, o cumprimento da Lei. E os discípulos foram testemunhas deste evento: a Promessa realizada e Jesus, o cumprimento. Eles conversavam sobre a morte de Jesus, a entrega de Jesus, o amor de Deus Pai pela humanidade através de Jesus.
Também, Moisés quando subia ao monte, reluzia. Porém, essa luz era de Deus, a luz do Espírito Santo, do Alto. Mas, em Jesus, Ele é a Luz. E aqueles discípulos fizeram a experiência de ser iluminados pelo Senhor, amados pelo Senhor. Era tão bom estar lá que Pedro afirmou: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. No entanto, Jesus desce.
Jesus Se revela na Eucaristia
Na Santa Missa, Nosso Senhor se transfigura, Se revela a nós. Não dependa do nosso mérito, é graça d’Ele. Ele deseja que façamos a experiência com Ele.
O Santuário do Pai das Misericórdias encontra-se no lugar mais alto da Canção Nova. Foi pensado assim para que possamos “subir ao monte” e, aqui, contemplar a Face de Deus na Eucaristia, na Palavra, na convivência com os irmãos, a assembleia. Ainda que pecador, Nosso Senhor não deixa de Se revelar a nós. O efeito da graça d’Ele acontece em nosso meio, assim como o sol no inverno: nem sempre se sente mas está acontecendo. Façamos essa experiência de sermos iluminados pelo Senhor.
Nós somos iluminados, somos agraciados, somos abençoados, recebemos as bênçãos, as curas de Nosso Senhor, somos instruídos e confortados por Ele, mas precisamos descer do monte e evangelizar para mostrar esse rosto iluminado pela graça de Deus. Como cristãos, a nossa convivência com Nosso Senhor deve me deixar semelhante a Ele, transfigurada por esse Deus que ouço e recebo.
Pai das Misericórdias e Deus de toda misericórdias, ouvi-nos!
Padre Marcio Prado
vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias