Todo mundo gosta ou é porque está “na moda”
As nossas motivações podem dizer muito daquilo que somos e fazemos ao longo da nossa vida. Nem sempre temos as nossas intenções claras, mas, muitas vezes, agimos de forma repetida ao longo do tempo e frente às mais variadas situações.
Já reparou naquele jeito de agir em determinadas situações que, vira e mexe, aparece novamente?
Muitas vezes, tentamos ser ou fazer aquilo que possa impressionar as pessoas, mas nem sempre essa atitude se mostra compatível com aquilo que acreditamos, pregamos, cremos.
Parece que, muitas vezes, estamos preocupados com o externo, com aquilo que julgarão ao nosso respeito; e aí mora o perigo: temos nos perdido pela ânsia de ser aquilo que o outro quer. Até mesmo em forçar um comportamento, um hábito ou uma vestimenta porque todo mundo gosta ou está “na moda”.
Leia também:
:: Como anda sua comunicação?
:: Por que sinto raiva?
:: Como lidar com as preocupações cotidianas?
É preocupante também as “boas atenções” que se escondem em comportamentos que nem sempre são pertinentes.
Um primeiro caminho de reencontro consigo é perguntar-se, com sinceridade: o que se esconde por trás desse meu gesto? A quem eu desejo agradar? Ao meu ego e minha vaidade? A necessidade de ser aceito pelo outro? Tento preencher minhas carências ou atender meu ego ferido?
Claro que estas respostas nem sempre são tão claras assim: num primeiro momento, aquilo que parece bom, pode esconder estas ou outras realidades. Ressalto de forma integral o texto deste autor que diz bem desta realidade: “Por que faço parte de determinado grupo na paróquia? Por que pertenço a tal movimento? Por que ajudo os pobres? Por que sou tão intransigente com quem faz aquilo que faço? Por que rezo tão voluntariamente quando estou com os outros, talvez até o ponto de incentivar a oração comunitária, e negligencio o diálogo com Deus quando me encontro sozinho? Por que sou tão gentil, disponível à escuta, generoso com as pessoas idosas que visito e, depois, trato mal a minha própria avó?” (Ravaglioli, A.).
Esta correspondência nas nossas atitudes, ou melhor, essa falta de correspondência, é bastante sugestiva. Pode dizer claramente, talvez, da minha necessidade de impressionar, de parecer, de agregar cargos ou importância. Mas vale lembrarmos sempre: a aparência é vista apenas pelo homem. Veja, não estou aqui dizendo que todo ato tem uma intenção errônea ou que sempre desejamos destaque, mas se sua atitude pública difere de sua atitude privada, algo não vai bem.
E são nestas inconsistências vividas interiormente e implicitamente que vamos desintegrando uma vivência saudável em nossa vida. Nossa saúde mental se esvai e nem percebemos os motivos. Um deles, pode ser este. Sempre há tempo de refletir, mudar, perceber. Se sua imagem pessoal é uma das coisas que sustenta sua ação, por um tempo isso se manterá e até mesmo será bom, mas isso não durará para sempre.
Elaine Ribeiro
Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.
Site: www.elaineribeiropsicologia.com.br
Facebook: elaine.ribeiropsicologia
Instagram: @elaineribeiro_psicologa