14 DE SETEMBRO

Nós somos a Igreja da Cruz

Para falar da Igreja da Cruz, quero, antes, fazer um caminho da origem da cruz.

Origens na Antiguidade: A cruz não era originalmente um símbolo cristão. Antes de ser associada ao cristianismo, a cruz era usada por diversas culturas antigas, como egípcios, sumérios e hindus como um símbolo de proteção, vida, equilíbrio e divindade. Essas cruzes costumavam ter diferentes formas e significados em cada cultura.

Cruz no Judaísmo: A cruz tem sido relacionada à tradição judaica em alguns contextos, sendo o mais notável o simbolismo associado à Árvore da Vida. A forma da cruz também pode estar relacionada à letra hebraica “Tav”, que possui conotações de marcação e sinalização de proteção.

Cruz no Império Romano: A cruz como um instrumento de tortura e execução era amplamente usada no Império Romano. Era uma forma cruel de punição que causava sofrimento extremo. A cruz associada à crucificação de Jesus Cristo se originou desse contexto.

Cruz Cristã: A cruz ganhou sua conotação cristã após a crucificação de Jesus Cristo. A ressurreição subsequente de Jesus transformou a cruz de um símbolo de tortura em um símbolo de redenção e esperança. A cruz se tornou central para a fé cristã, representando o sacrifício de Cristo pelos pecados da humanidade e a promessa de salvação.

Cruz Latina e Cruz Grega: Na tradição cristã, dois tipos principais de cruzes emergiram: a cruz latina (com uma haste vertical mais longa) e a cruz grega (com braços iguais). A cruz latina é mais comumente associada ao cristianismo ocidental, enquanto a cruz grega é frequentemente usada nas tradições orientais.

Cruz de Santo André: Uma das histórias populares sobre a origem da cruz de Santo André remonta ao apóstolo André, que pediu para ser crucificado em uma cruz em forma de “X” porque não se considerava digno de morrer da mesma maneira que Jesus.

A festa da exaltação da Santa Cruz surgiu no século IV, com imperador romano Constantino, que se converteu ao cristianismo após a Batalha da Ponte Mílvia em 312 d.C. Ele teria tido uma visão na qual uma cruz brilhante apareceu no céu com a inscrição “In Hoc Signo Vinces” (Com este sinal, vencerás). Após essa visão, Constantino teria adotado o símbolo da cruz cristã em seu exército e ganhou a batalha. Posteriormente, ele emitiu o Édito de Milão em 313 d.C., que legalizou o cristianismo no Império Romano.

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A adoção da cruz como símbolo cristão ganhou força nos primeiros séculos do cristianismo e continuou a se desenvolver ao longo da história. Seu significado varia desde a representação da paixão e morte de Jesus, até a redenção, a esperança e a identidade cristã.

Assim, a Igreja da Cruz traz este símbolo não de derrota, mas de vitória. Por isso Paulo nos diz: “Quanto a mim, que eu me glorie somente da cruz de Nosso Senhor, Jesus Cristo (Gl 6,14). Na festa da exaltação da Santa Cruz, quero também fazer memória de um acontecimento na construção do Santuário do Pai das Misericórdias, onde a Cruz que temos, no alto da cúpula, foi instalada no dia da Festa da Exaltação da Santa Cruz, marco significativo deste Santuário, onde o símbolo da nossa fé é colocado no alto, para que todos vejam, como Jesus disse: “E quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32).

Irmãos, vivamos este dia com muita fé e alegria, meditando neste sinal que nos acompanha em toda nossa vida e na celebração litúrgica, pois esse sinal é de vitória. Vitória de Cristo e nossa que cremos e tomamos posse dessa graça.

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