Há 71 anos o mundo conhecia o mais recente dogma mariano, que celebramos neste domingo: a Assunção de Maria. Proclamado pelo Papa Pio XII, através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, a verdade de fé afirma que no fim da vida na Terra a Virgem Maria foi assunta ao céus de corpo e alma. Diferente da Ascensão, em que Jesus sobe ao céu por Sua própria força, na Assunção, Maria é elevada pela graça de Deus.
O motivo é simples e expressa duas vertentes: a primeira é que seu corpo, por não estar submetido à lei do pecado, não sofreria a consequente corrupção; a segunda, como ensinou Pio XII, é “o triunfo que ela alcançou sobre a morte e sua celeste glorificação a exemplo de seu Unigênito, Jesus Cristo”.
Ou seja, na Assunção de Maria encontramos uma antecipação daquilo que todos os fieis salvos um dia viverão: quando no dia sem ocaso, seus corpos gloriosos se unirão outra vez às suas almas redimidas e viverão eternamente na presença do Cordeiro.
Apesar de recente, o núcleo do argumento do dogma da Assunção de Nossa Senhora é antigo e sustentado ao longo da história pelos padres da Igreja, entre eles mais notadamente, São João Damasceno: Maria ser elevada aos céus em corpo concorda com a santidade de sua condição virginal e maternal. O corpo que recebeu a vida plena não poderia ser consumido pela corrupção comum a todos os filhos de Adão. Negar essa verdade seria negar também a própria condição imaculada da Virgem.
Mas afinal, Maria teria morrido ou não? A Tradição mais antiga da Igreja reconhece que, a exemplo de todo ser humano e do seu próprio filho e Salvador da humanidade, a Virgem de Nazaré experimentou a morte natural. Porém, diferente de todos os seres humanos ela não foi submetida à corrupção carnal. Textos apócrifos e escritos antigos de autores cristãos relatam que seu corpo havia sido glorificado.
Em um ícone da arte bizantina é mostrada a cena em que os apóstolos teriam ido ao local do sepulcro de Maria, mas o encontraram vazio: Jesus havia vindo buscar a sua mãe. É a mesma esperança que carregamos em nossos corações: de também nós, assim como Maria, nos unirmos a ela e nosso Senhor, por toda eternidade.
Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!
George Lima
Seminarista Comunidade Canção Nova