Fuja!

É um grande benefício afastar-nos do pecado

Nossa vida muito se parece com o que acontece em cima de um tatame. Nosso oponente (…) sempre ele: o pecado! Ora estamos em pé, ora estamos na lona. Ora encaixamos um “mata-leão” na tentação, ora tomamos um vergonhoso “armlock” do pecado. Trata-se de uma luta que dura por toda a vida e sem tréguas. No caso das lutas do tatame, uma vez perdida, está perdida; não é possível voltar atrás. No caso da luta pela santidade, sempre existirá, até o momento da morte, uma possibilidade de recuperação.

“É uma escolha pessoal, Deus não pode escolher por nós.” | Foto ilustrativa: cancaonova.com

Mas tem um detalhe primordial nessa luta: aquele que está caído na lona jamais poderá levantar-se por si mesmo, ele sempre precisará de uma ajuda. Em outras palavras, o homem não consegue se livrar do pecado sem o auxílio da graça. Nesse caso, a graça e a força de vontade humana devem se juntar.

Mas o que significa superar os pecados?

São Tomás de Aquino vai responder a essa pergunta com muita simplicidade e profundidade: “levantar-se do pecado é restaurar-se no homem o que, pecando, perdeu”. Quando pecamos gravemente três coisas danosíssimas nos acontecem, a primeira delas é a mancha na alma. O pecado retira da nossa alma aquele brilho que a graça havia nos dado. Ela fica fosca, sem fica, irrefletida, maculada, enfim, agonizante.

O segundo mal que nos acontece é aquilo que nosso Doutor Angélico chama de “corrupção do bem natural”. Ao pecarmos, portanto, corrompemos aquele bem natural que trazemos em nós, o bem que recebemos de Deus e que nos faz participantes da sua natureza divina. Assim, o pecado deixa a nossa natureza humana desordenada, em curto-circuito. Quanto mais pecamos, menos lúcidos nos tornamos.

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Por fim, acontece em nós o “reato da pena”. O que seria isso? Os nossos pais (Adão e Eva), depois que experimentaram o pecado, receberam uma triste pena: a morte eterna. O fruto do pecado não é outro senão a morte. Acontece que, Deus, por meio de sua graça infinita, aboliu para nós esta pena. A vida eterna, portanto, triunfara sobre a morte eterna. Porém, quando pecamos gravemente, reatamos com a pena da morte. É uma escolha pessoal, Deus não pode escolher por nós.

Somente Deus pode reparar os males causados pelo pecado

Torna-se evidente que, depois dessas três perdas, somente Deus pode fazer a reparação. Restaurar o brilho da alma não depende apenas do nosso querer, está para além das nossas capacidades. O brilho da nossa alma não é nosso. Nossa alma apenas reflete o brilho da luz que vem de Deus. Seria muita ousadia da nossa parte pensarmos que temos luz própria, pelo contrário, se não fosse a luz de Cristo brilhando em nós, tudo seria trevas, escuridão.

Se, o pecado nos faz perder essas três coisas, de maneira oposta, sair do pecado nos faz tê-las de volta, ou seja, recobramos o brilho da alma, ordenamos nossa natureza para Deus e não estaremos mais subjugados pela condenação da morte.

Portanto, não perca mais tempo. Faça um bom exame de consciência, sem receio, sem medo e sem vergonha. Peça a Deus que dê a você a graça do arrependimento. Busque um sacerdote para se confessar e deixe no confessionário todos os males cometidos. Saia do confessionário disposto a pagar, com muita alegria e gratidão, a penitência imposta e, pra finalizar, faça o propósito de não mais pecar, especialmente os graves. Fuja dos pecados mortais.

Deus abençoe você e até a próxima!

Seminarista Gleidson de Souza Carvalho
Missionário da Comunidade Canção Nova

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