Justifica a importância do Magnificat na Liturgia, mais precisamente na oração das vésperas, o fato de nos unirmos como Igreja a Maria Santíssima em louvor a Deus. Assim, podemos experienciar a alegria de pertencer ao Senhor que realiza maravilhas na vida daqueles que acolhem Sua Palavra e a praticam como humildes servos (Lc 1,46-48). O exemplo de fé testemunhado por Maria neste hino nos convida a crer “que a misericórdia de Deus se estende de geração, em geração sobre os que o temem” (Lc 1,50) e de igual modo, convida a esperar que Sua justiça sempre se realiza, uma vez que Ele “depõe os poderosos de seus tronos e eleva os humildes. Enche de bens os famintos e despede os ricos de mãos vazias” (Lc 1,52-53).
De fato, Maria é o modelo “perfeitíssimo na fé e na caridade
e a Igreja católica, ensinada pelo Espírito Santo, consagra-lhe, como a Mãe amantíssima, filial afeto de piedade.”
(Lumen gentium, n. 53).
Ao entoarmos o Magnificat, afirmamos que a Santíssima Virgem é expressão perfeita do amor de Deus, escolhida para gerar em Seu ventre o Redentor do mundo e, por isso, é importante ressaltar que nenhum outro cristão, exceto Maria, é considerado como “modelo perfeitíssimo da Igreja”, visto que Ela nos leva necessariamente ao seu Filho, Jesus Cristo.
A oração do Magnificat inserida na oração das vésperas demonstra o quanto Maria possui um papel importante na liturgia, uma vez que, ao rezar na Igreja e com a Igreja, pode-se entender e alimentar a fé Naquele que nasceu da Virgem Maria. Verdadeiramente, a Virgem Maria nos aproxima mais de Cristo como bem evidencia o Concílio Vaticano II:
“Pensando nela com devoção, a Igreja penetra mais profundamente no mistério da encarnação e se conforma sempre mais ao seu Esposo” (Lumen gentium, n. 65).
Através deste cântico, cada cristão pode entrar em comunhão com Deus e aprender com Maria o valor da simplicidade, da gratidão e da submissão a Ele, sobretudo, nos tempos atuais marcados pelo afã do ter e do poder.
Em suma, Maria Santíssima nos ensina que o Todo-poderoso rege o universo e com sua onisciência e onipresença acompanha com olhar de misericórdia o gênero humano, sobretudo, os que se deixam por Ele alcançar e buscam corresponder ao Seu amor misericordioso. No Magnificat, a nossa alma aprende a adorar a Deus em “espírito e em verdade” (Jo 4,23) e a encontrar n’Ele a razão única da nossa existência. Único é o Cristo, Salvador de todos os homens, e única é Maria como modelo perfeitíssimo de toda a Igreja. Todos os cristãos, homens e mulheres, religiosos e leigos, de todos os povos, olham para Ela, cantam com Ela e pedem a sua intercessão para que se realize o grande projeto de Deus: sermos conformes à imagem do seu Filho (Rm 8,29).
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Áurea Maria
Comunidade Canção Nova