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O sacramento do perdão dos pecados

Queridos leitores, com este artigo, finalizamos a série sacramentos. Com o Sacramento da Reconciliação, completamos os sete sacramentos que a Igreja Católica professa. E com isso, começo a lembrar o que professamos, solenemente, nesta verdade no Credo: “[…] Creio no Espírito Santo, na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados […]”. Corremos um grande risco de professarmos, todos os domingos e solenidades, que acreditamos no perdão dos pecados, mas, na prática, temos um certo receio do que proclamamos. Porém, amado, para ser cristão, somos, a todo momento, convidados a atos de fé. Um cristão sem, diariamente, exercer atos de fé vive capengando espiritualmente.

O perdão dos pecados

Além do Sacramento da Confissão, que também é chamado de Reconciliação e de Penitência, os Sacramentos do Batismo e da Eucaristia têm o poder de perdoar os pecados. Com o Batismo, todos os pecados cometidos antes de receber este sacramento são perdoados. Com a Eucaristia, durante a celebração da Santa Missa, no momento penitencial, temos o perdão dos pecados veniais. E no Sacramento da Confissão, tanto os pecados mortais como os veniais são perdoados.

É o próprio Senhor Jesus quem ordena aos Seus discípulos para que eles exerçam o ministérios de perdoar os pecados: “e que, em seu Nome, fosse proclamado o arrependimento para a remissão dos pecados a todas as nações, a começar por Jerusalém” (Lc 24,47). O Sacramento da Penitência requer uma virtude por parte do pecador, que é a virtude da penitência, sem a qual o pecador não pode ser perdoado. O arrependimento é necessário para o perdão.

O poder da Igreja de perdoar os pecados e as atitudes do penitente

O ministério de perdoar os pecados foi concedido à Igreja hierárquica, e somente os ministros ordenados, ou seja, os Padres e Bispos têm a capacidade de oferecer o perdão dos pecados por meio do Sacramento da Penitência. Esse poder conferido pode ser notado na passagem: “Tudo isso vem de Deus, que nos reconciliou consigo por Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação” (2Cor 5,18). Santo Agostinho ainda vai afirmar: “A Igreja recebeu as chaves do Reino dos Céus para que se opere nela a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo e pela ação do Espírito Santo”.

A contrição é o ato mais importante do penitente.

A contrição é o ato mais importante do penitente. É dizer, de forma clara e decidida, que não voltará mais a cometer determinado pecado. Essa contrição é o princípio da conversão, que devolve o homem a Deus. O outro ato é a confissão dos pecados, ou seja, acusar-se dos pecados cometidos, porque é na confissão dos pecados que o sacerdote toma conhecimento da gravidade do pecado – somente com o conhecimento da doença, o médico pode dar o remédio. E o terceiro ato do penitente é a satisfação, ou por assim dizer, a penitência. Essa penitência ou satisfação é o sinal do compromisso que o homem faz de começar uma vida nova, combatendo com a mortificação física e espiritual as feridas que o pecado deixou na alma (SADA; MONROY, 1988).

Efeitos do Sacramento da Penitência

Como todo sacramento, a Penitência também gera um número imenso de efeitos na alma do penitente. Quero citar aqui cinco dos efeitos maravilhosos que, por vezes, pode passar despercebidos por quem busca o Sacramento da Confissão. O primeiro é que, na alma, acontece a infusão da graça santificante, devolvendo a amizade com Deus. O segundo é o perdão dos pecados e da pena. O terceiro é a restituição das virtudes e dos méritos. O quarto é que confere a graça sacramental específica. E por fim, o quinto é a reconciliação com a Igreja.

:: Obras de Misericórdia

A graça santificante é uma verdadeira reconciliação interior com Deus, deixando de ser injusto e inimigo de Deus; passando a ser amigo e justo. Infundindo a graça, desaparece o pecado mortal, pois ambas as realidade são incompatíveis. Tomás de Aquino afirma que, quando há o perdão dos pecados, desaparece a aversão da alma a Deus. A reconstituição da virtudes morais e teologais, assim como os méritos das boas obras e o aumento do bem. A graça sacramental é a força interior de lutar para evitar o pecado, especialmente os que foram confessados. O pecado, mesmo pessoal, atinge também a Igreja, porque o pecador tem uma responsabilidade com ela (SADA; MONROY, 2006).

Fábio Nunes 
Seminarista da Canção Nova

Fontes:
BÍBLIA. Português. Tradução da Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002. 2206p.
SADA, R.; MONROY, A. Curso de Teologia Sacramentaria. México: Minos, 2006.

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