4ª feira, 01 de abril de 2020, 5ª Semana da Quaresma
Dn 3,14-20.24.49a.91-92.95; Resp. Dn 3; Jo 8,31-42;
Na primeira leitura, temos o relato do profeta Daniel sobre três jovens que foram fiéis a Deus. Nabucodonosor, rei da Babilônia, como político, queria manter o seu reino forte, queria crescer, conquistar terras e súditos. Se o plano era crescer, então, era necessário fazer alianças com outros reinos. Assim, infelizmente, a sede de poder, de status e a ganância foram tomando conta dos pensamentos do rei da Babilônia, que acolheu o conselho de fazer um ídolo para mostrar seu poder, pois, dessa maneira, todos que ouvissem o toque da trombeta deveriam se curvar diante daquele objeto.
Assim como Daniel, os três jovens Sidrac, Misac e Abdênago foram fiéis ao Senhor, ao Único Deus, e não obedeceram à ordem do rei, porque isso significaria infidelidade a Deus. Então, foram punidos com a fornalha. O mais incrível não foi o fato de Deus os ter livrado da morte, mas o milagre foi a fidelidade daqueles jovens. Que maturidade! Eles tinham perdido “tudo”: o templo, a pátria e os cultos, mas o “Tudo” estava dentro deles, pois, no interior deles, Deus estava.
Obediência a Deus
Os três jovens tiveram muita coragem em não obedecer a lei humana? Não! Eles tiveram coragem de obedecer a Lei divina, foram fiéis e permaneceram obedientes à Palavra do Senhor. Tenhamos coragem de obedecer a Deus!
Se os jovens permaneceram fiéis ao Senhor, Jesus, no Evangelho, chamou os judeus a permanecer n’Ele: “Se permanecerdes em minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, e conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres” (Jo 8,31-32). Qual foi o segredo dos jovens? Permaneceram em Deus. Qual a orientação de Jesus? Permanecer n’Ele, pois, por meio d’Ele, se tornariam Seus discípulos e n’Ele seriam livres.
Quem não quer liberdade? Quem não quer ser livre? Nós temos sede de liberdade, queremos ser felizes, queremos ir e vir, dizer e acontecer, mas nossas leis humanas instintivas, muitas vezes, indicam a escravidão: “Não partilhe, vai lhe faltar”; “Não dê o perdão, porque essa pessoa não o merece”. Estamos presos às nossas vontades.
Liberdade
Jesus nos alerta: a liberdade só é possível n’Ele. Se permanecermos no Senhor, seremos Seus discípulos e seremos livres. Mas se tivermos ligação ou compromisso com Ele, a liberdade não acabará? Não, porque Jesus, por meio dos seus mandamentos, educa-nos para a liberdade, e a Sua Lei nos faz dar passos que rompem com correntes e barreiras. Por exemplo: se estivermos “livremente ligados” à Lei do Senhor, não cultivaremos ódio, mas o perdão. Se, livremente, permanecermos na Lei do Senhor, acontecerá o desprendimento dos bens materiais e das nossas vontades.
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Por fim, Jesus já disse “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6), e podemos ainda dizer “Jesus é a Liberdade”. Em Jesus, seremos sempre livres, mesmo se estivermos fisicamente presos. Jesus viveu a experiência da liberdade mesmo sendo preso, mas estava livre na vontade do Pai. Os santos fizeram profundas experiências de liberdade em prisões, porque a liberdade não estava (está) fora, estava (está) dentro, e quando permanecemos em Jesus vivemos a liberdade e na liberdade.
Padre Márcio Prado
@pemarciocn
Vice-Reitor do Santuário do Pai das Misericórdias