MARANATHÁ

Que tal alimentarmos o desejo de ver o rosto do Senhor?

Caro leitor, dentro de algumas semanas seremos levados a meditar com muita profundidade os mistérios da vinda do Senhor. Ele virá com poder, Ele virá na sua glória, Ele virá como Redentor dos homens. Assim, nos encontramos em um tempo propício para meditarmos no nosso coração essa realidade tão importante da vida cristã.

Se sabemos nutrir com muita facilidade aquela boa expectativa para o início das férias ou para o momento daquela nossa viagem de turística, muito mais deveríamos nutrir a expectativa em ver o rosto glorioso do Senhor que vem. Eis o desejo de todo cristão de todos os lugares do mundo. Eis a expectativa universal daqueles que seguem a Cristo.

“Vem, Senhor Jesus” | Foto ilustrativa: cancaonova.com

Existem duas características fundamentais dessa expectativa da vinda do Nosso Salvador. A primeira é aquela espera em relação ao Senhor que vem em sua glória de maneira definitiva. Nós podemos chamar esta vinda gloriosa do Senhor de “vinda escatológica”, ou seja, sua vinda última, definitiva. Pelo fato de não sabermos quando acontecerá, devemos estar a todo instante preparados para esse momento de graça.

Um segundo aspecto da vinda do Senhor é a sua vinda enquanto um ser humano formado de carne e osso. Essa vinda de Jesus também é chamada de “encarnação”. Jesus já se encarnou entrando no tempo e na história e o fez para nos salvar. Contudo, não quer dizer que este maravilhoso evento tenha ficado no passado, pelo contrário, todos os anos ele se faz presente em nossas vidas por meio da liturgia da Igreja. A propósito, muito em breve viveremos esse momento com a chegada do tempo do Natal. Dessa forma, uma vez que Jesus nasceu materialmente do ventre da Virgem Maria, deve nascer também de maneira mística na nossa alma.

Animados por esta expectativa de ver o rosto glorioso de Deus os cristãos dos primeiros tempos não se cansavam de repetir essa harmoniosa e feliz invocação: “Vem, Senhor Jesus”. Com esse mesmo espírito, a liturgia da terra nos anima a também expressarmos essa jaculatória com toda a alegria da nossa alma. Dessa forma, a liturgia da terra harmoniza-se com a liturgia celeste.

Ainda que não tenha chegado o momento de vivermos definitivamente na glória de Deus, o próprio Deus nos dá a sacratíssima oportunidade de experimentarmos antecipadamente este momento por meio do tempo litúrgico e dos sacramentos. No instante em que o pão e o vinho são transubstanciados sobre o altar, o passado penetra o presente e o presente desvela o futuro. Naquele momento a eternidade entrou no tempo e nos fez participantes dela. Assim, podemos exclamar: “verdadeiramente, vimos o Senhor”.

Para concluir, quero citar um versículo do salmo que diz assim: “vultum tuum, Domine, requiram!”, ou seja, “procurarei, Senhor, o Teu rosto!”. Podemos até verbalizar para o Senhor diversas vezes durante o nosso dia o seguinte desejo da nossa alma: “é Tua face, Senhor, que eu procuro, não me escondas a Tua face” (Sl 26 8-9).

Deus abençoe você e até a próxima!

Seminarista Gleidson de Souza Carvalho
Missionário da Comunidade Canção Nova

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