IMITEMOS MARIA

A Virgem Maria e a virtude da magnanimidade!

Olhar as virtudes da Virgem Maria é como olhar para uma escada com vários degraus. Escada essa que, inclusive, é um caminho seguro para o céu se trilhado de forma autêntica. Podemos dizer da Virgem Maria aquilo que descreve o sonho de Jacó: “Em sonho, viu uma escada apoiada na terra e com o topo no céu, e por ela subiam e desciam os anjos de Deus. No alto estava o Senhor” (Gn 28, 12), Maria, como criatura, teve, antes de tudo, os pés apoiados na terra, porém, seu coração, desde sempre, foi um coração ancorado no céu, que aponta a Trindade. Primeiro, o anjo Gabriel vem até ela anunciar a Boa Nova da encarnação; depois, como fruto do seu sim sublime, quem por essa escada escolhe descer à Terra é Jesus, o Filho de Deus.

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Qual outro caminho eu e você poderíamos escolher percorrer, que não fosse o caminho que o próprio Deus traçou para nós? A Virgem Maria é um caminho seguro para o céu e também para aprendermos as virtudes do seu doce coração. São Luís Maria Grignion de Montfort vai dizer: “A devoção a Maria nos leva a imitar suas virtudes e amar a Deus com maior intensidade.”

De muitos degraus que compõe a grandeza da alma e a vida virtuosa de Maria, quero, hoje, dar especial atenção para um deles e convidar você a adentrar no imaculado e magnânimo coração de Nossa Senhora.

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Nossa Senhora, em sua tenra idade, foi visitada pelo anjo Gabriel. O que a moveu para dar um ‘sim’ que mudaria toda sua vida? Qual a força geradora de um coração que parte apressadamente para servir alguém com total entrega, como ela fez com sua prima Isabel? E após uma trajetória, vivendo o ordinário de forma totalmente extraordinária, pôde coroar a grandeza de seus atos aos pés da cruz. Como conseguiu ela viver até o fim dentro de todo o cenário do calvário, da Paixão e Morte do seu filho?

Maria é impregnada de magnanimidade. Sua alma por inteira vive em busca daquilo que é grande.

São Tomás de Aquino escreve: “O magnânimo tende para aquilo que é grande”. E dessa forma podemos ver Maria. Com essa sua virtude encontramos as respostas para todas as perguntas acima, vemos os rastros de alguém que caminhou unicamente na vontade de Deus, e dessa forma nos leva com segurança até Ele.

Na singeleza da sua vida, mas na nobreza da sua alma, encontramos magnanimidade. Ao cantar o Magnificat, ela ilustra isso com propriedade: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.” (LC 1,46-49)

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Somente alguém que se lança para o que é grandioso, que não se apoia nas coisas finitas desse mundo é capaz de dizer isso. Um coração magnânimo é também um coração generoso, que sabe sempre tirar os olhos de si. Nossa Senhora é a mulher atenta aos outros, a mãe que se preocupa com seus filhos, e por isso nos abriga, com grande benevolência, debaixo do seu manto.

A magnanimidade de Maria reflete a eternidade, reflete a grandeza que o meu e o seu coração procuram. A magnanimidade é amiga da humildade, e também isso contemplamos em Maria, que projeta sempre a grandeza daquele que em seu ventre habitou e não uma grandeza unicamente sua.

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Que deixemos ressoar, hoje, em nossos corações, as palavras do próprio Cristo na cruz, ao discípulo amado, mas estendida a todos nós: “Eis aí tua mãe” (Jo 19, 26), e por elas nos empenhemos a caminhar e um dia chegar aos céus, sendo filhos e imitadores da Virgem Maria, esse modelo tão original de santidade.