“Sede santos, porque eu sou santo”
A mensagem trazida por Nossa Senhora, em Fátima, é um convite à oração e à penitência; é, portanto, um chamado à santidade e nos faz recordar as palavras de São Pedro na sua primeira carta: ‘A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos, em todas as vossas ações, pois está escrito: sede santos, porque eu sou santo’ (1Pe 1,15-16).
A santidade é a vocação de todo batizado. Todo cristão é chamado a ser santo. Ora, se Deus é santo por excelência, Ele deseja que trilhemos o mesmo caminho. Os três pastorinhos: Francisco e Jacinta, agora santos, e sua prima Irmã Lúcia, que está em processo de beatificação, a quem Nossa Senhora apareceu, testemunharam que a santidade pode ser vivenciada por todos nós, quando nos dispomos a fazer a vontade de Deus com todo coração. Eles assimilaram a mensagem trazida pela Santíssima Virgem de tal maneira que a santidade se tornou o grande ideal da vida deles.
A mensagem trazida por Nossa Senhora pode ser traduzida no convite à oração, à penitência que nos conduzem à conversão, bem como a reparação dos nossos pecados. Portanto, na escola de Maria, os pastorinhos foram formados e viveram uma verdadeira ascese na prática da oração e do sacrifício, oferecendo, segundo o Seu pedido, as suas vidas em reparação pelos pecados com que Jesus é ofendido, em súplica pela conversão dos pecadores e em reparação ao Seu Coração Imaculado.
O nosso saudoso Papa São João Paulo II, na homilia da beatificação de Francisco e Jacinta, em 13 de maio de 2000, diante da eloquência do testemunho das suas vidas, exclamou: “Pedi aos vossos pais e educadores que vos metam na ‘escola’ de Nossa Senhora, para que Ela vos ensine a ser como os pastorinhos, que procuravam fazer tudo o que lhes pedia. Digo-vos que ‘se avança mais em pouco tempo de submissão e dependência de Maria, que durante anos inteiros de iniciativas pessoais, apoiados apenas em si mesmos’ (S. Luís de Montfort, Tratado da verdadeira devoção à SS.ma Virgem, nº 155). Foi assim que os pastorinhos se tornaram santos depressa”.
São Francisco Marto e Santa Jacinta
No dia 13 de maio de 2017, na homilia da canonização, Papa Francisco disse:
“Como exemplo, temos, diante dos olhos, São Francisco Marto e Santa Jacinta, a quem a Virgem Maria introduziu no mar imenso da luz de Deus e aí os levou a adorá-Lo. Daqui lhes vinha a força para superar contrariedades e sofrimentos. A presença divina tornou-se constante na vida deles, como se manifesta claramente na súplica instante pelos pecadores e no desejo permanente de estar junto a ‘Jesus Escondido’ no Sacrário.”
Auxiliados pela Santíssima Virgem e motivados pelo testemunho dos pastorinhos, somos convidados a entrar na escola de Maria, para crescermos na prática da oração, da penitência e da reparação, assumindo também essa via rápida de santidade, a exemplo dos pastorinhos.
O Catecismo da Igreja, no parágrafo 829, afirma: “Na pessoa da Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição, sem mancha nem ruga, que lhe é própria. Mas os fiéis de Cristo têm ainda de trabalhar para crescer em santidade, vencendo o pecado. Por isso, levantam os olhos para Maria: nela, a Igreja é já plenamente santa”.
Verificamos, porquanto, que os três pastorinhos compreenderam a profundidade da mensagem de Nossa Senhora e vivenciaram de tal forma os Seus apelos, a ponto de Francisco e Jacinta, que viveram menos de três anos depois das Suas aparições, terem sido depois, elevados à honra dos altares, sendo considerados os mais jovens santos não mártires da história da Igreja. Auxiliados pela Virgem Santíssima, tornaram-se, em pouco tempo, modelos de almas santas e reparadoras.
A reparação é um ato de amor
A reparação proposta por Nossa Senhora consiste em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como Jesus amou. Porquanto, a reparação é fundamentalmente um ato de amor, tendo em vista que cada ato reparador é feito em comunhão com Jesus, o grande reparador, que, ao se encarnar, ao dar a vida na cruz e ao ressuscitar por amor a cada um de nós, realizou a Sua grande reparação.
Nossa Senhora e o Menino Jesus apareceram para a irmã Lúcia em Pontevedra, Espanha; e ao lhe deixar ciente da ingratidão dos homens, instituíram a Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados. Vejamos a origem dessa devoção narrada e experienciada pela própria Irmã Lúcia, que, ao contar, refere-se a ela mesma:
“Dia 10-12-1925, apareceu-lhe a SS. Virgem e, ao lado, suspenso em uma nuvem luminosa, um Menino. A SS. Virgem, pondo-lhe no ombro a mão e mostrando, ao mesmo tempo, um coração que tinha na outra mão, cercado de espinhos. Ao mesmo tempo, disse o Menino: “Tem pena do Coração de tua SS. Mãe, que está coberto dos espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar”. Em seguida, disse a SS. Virgem: “Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante 5 meses, ao 1° sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas” (In Memórias da Ir. Lúcia p. 192).
Leia mais:
.: Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados
.:“Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio”
A Devoção Reparadora no Santuário
O Santuário do Pai das Misericórdias acolheu esse pedido de Jesus e de Maria, e convidou você a adentrar nesta via de santidade, vivenciando a Devoção Reparadora dos Cinco Primeiros Sábados, em cada primeiro sábado com início às 10h. O primeiro sábado do mês de julho será já no dia primeiro.
Iniciaremos este momento mariano com a oração do Terço, depois teremos uma Catequese sobre a Mensagem de Fátima; em seguida, a Meditação da Palavra conforme o pedido de Nossa Senhora. Para concluirmos este momento, teremos a Santa Missa, às 12h, votiva a Nossa Senhora. O peregrino pode fazer a confissão na Canção Nova, nos nossos confessionários, ou onde lhe for mais viável.
É valido recordar que devemos viver essa espiritualidade em reparação ao Coração Imaculado de Maria, em estado de graça, porquanto devemos nos confessar, no primeiro sábado, ou, na impossibilidade, oito dias antes. Caso estejamos em estado de graça, podemos nos confessar oito dias depois, não nos esquecendo de formular a intenção de reparar o Imaculado Coração de Maria.
Em cada ato reparador, devemos formular essa intenção. Ao abraçarmos essa espiritualidade, alegraremos o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria, e compreenderemos, de forma mais profunda, que a vontade de Deus é a santidade da nossa vida, e a reparação é uma via rápida para que a possamos alcançar.
Áurea Maria
Comunidade Canção Nova