Porque Ele vive, eu posso crer no amanhã
“A esperança cristã tem a sua origem e modelo na esperança de Abraão, que, contra toda a esperança humana, esperou e acreditou.”¹ E por essa razão, Abraão se tornou para o povo eleito um modelo de fé e de esperança em Deus.
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“A esperança é uma virtude teológica pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos, não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo.” (CIC 1817).
Na primeira carta de São Pedro, está escrito: “Bendito seja Deus, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, em sua grande misericórdia, nos fez renascer pela Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma viva esperança.” (1 Pd.1,3). Portanto, é a virtude da esperança que nos leva a buscar a Deus e n’Ele depositar a nossa confiança, pois, como nos ensina o Apóstolo São Paulo, a esperança não decepciona.²
A esperança que a ressurreição de Cristo nos dá nos faz fortes e perseverantes, nos faz acreditar no amanhã, mesmo que as tribulações da vida insistam em roubar a nossa paz. Pois a esperança no Ressuscitado não nos deixa desanimar mesmo em meio às maiores aflições da vida.
Não é sem razão que Santa Teresa D’Ávila dizia em oração: “Nada me perturbe, nada me amedronte. Tudo passa. A paciência tudo alcança. A quem tem Deus, nada falta! Só Deus basta!”. É verdade que passamos por muitas dificuldades, muitas provações, muitas tribulações, muitas aflições… mas coragem! Nada disso deve roubar nossa paz, se, de fato, esperarmos no Senhor.
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Santo Agostinho, ao abordar este tema, exortava o povo dizendo: “De nada desesperes enquanto estás vivo. Nada estará perdido enquanto estivermos em busca”. Quanto maior a esperança, tanto maior a união com Deus”. No entanto, de nossa parte, é necessário que, por meio da confiança, continuemos esperando em Deus, pois é essa a esperança que a Ressurreição de Cristo nos dá: uma esperança que nos protege no combate, que não nos deixa desanimar e que nos dá a alegria mesmo em meio à provação.
O Catecismo da Igreja Católica também nos ensina que a virtude da esperança corresponde ao desejo de felicidade que Deus colocou no coração de todo o homem.³ E a esperança que depositamos n’Aquele que venceu a morte e ressuscitou inaugura, em nossas vidas, um tempo novo que, pela fé, nos faz proclamar: Jesus ressuscitou! Aleluia! Ressuscitou de verdade! E porque Ele vive, eu posso crer no amanhã.
É chegada a Páscoa! E páscoa significa passagem. A história da humanidade e a Palavra de Deus dão testemunho de que muitas pessoas, e até mesmo nações, passaram por muitas provas e tribulações. Mas as que confiaram e esperaram em Deus não foram por Ele desamparadas. Portanto, somos convidados a deixar para trás o pessimismo, o desânimo, o desespero e a desconfiança para assumir com fé e confiança que a Ressurreição de Cristo é o fundamento da nossa esperança. E que “em Cristo somos mais que vencedores” (Rm. 8,37).
1 – Catecismo da Igreja Católica 1819.
2 – Carta de São Paulo aos Romanos – Rm. 5,5.
3 – Catecismo da Igreja Católica 1818.