Série Ano da Oração: O poder transformador da Oração
Encontramos, nos Evangelhos sinóticos (Mt 17,1-9; Mc 9,2-8; Lc 9,28-36) um evento curioso da vida de Jesus. Fala-se do momento em que Jesus subiu ao monte e transfigurou diante de Pedro, Tiago e João. Esse relato nos ajuda a refletir sobre algumas coisas.
Os evangelistas são unânimes em afirmar que Jesus subiu ao monte. Alguns especificam que foi rezar e outros não. O fato é que o monte é o lugar da oração. Todas as vezes que Jesus se retira do meio do povo e se dirige ao monte está indo conversar com o Pai. Isso nos mostra que a vida de Jesus também era feita de oração. A íntima comunhão dele com o Pai não se iguala com a que o maior santo pode alcançar, mas, na sua atitude, nos mostra que também nós devemos nos render e, em meio ao nosso apostolado, devemos parar para estar com Aquele que nos ama.
Rezar não é uma atitude exclusiva de santos, mas de almas que se reconhecem sedentas de Deus e no meio de uma vida agitada reconhece a necessidade que tem de parar e estar com quem é mais importante. Jesus, no gesto de subir ao monte e ir ao encontro do Pai, nos mostra que também nós devemos aprender a parar e estar a sós com Ele. Rezar é uma necessidade e não um artigo de luxo exclusivo de pessoas perfeitas. É diante de Deus que as coisas se organizam no interior e que se encontra forças para seguir em frente.
:: Ano da oração – Adoração Eucarística, caminho de oração
:: Santuário do Pai das Misericórdias retoma oração da Via Sacra
:: O poder transformador do Ano da Oração
A Transfiguração de Jesus, no relato de São Lucas, também nos mostra que os discípulos não foram capazes de vigiar por um só instante, eles dormiram. Essa atitude de vigilância é muito importante para nós. A vida do cristão é uma vida de constante luta interior. Basta olharmos para tudo o que o mundo nos oferece e que nos distancia de Deus. Precisamos constantemente estar atentos em relação à vida com Deus, porque facilmente podemos perdê-la. Precisamos ser vigilantes na oração! Não podemos dormir e perder os movimentos do Espírito.
Por fim, queria destacar o fato principal da Transfiguração de Jesus. Nela se manifesta a glória do Pai e do Filho. O Pai glorifica o Filho bem diante dos olhos dos discípulos a ponto dos evangelistas descreverem com algumas figuras, como o brilho do sol e as vestes brancas. É uma forma de mostrar a revelação de Jesus como Deus e nos recordar que, na nossa vida com Deus, não teremos somente momentos de cruz, mas também poderemos contemplar a glória de Deus. O episódio da Transfiguração de Jesus antecede a dor da cruz para mostrar aos discípulos que a paixão e morte do Senhor não tem a última palavra. Olhar para Jesus glorificado na Transfiguração é necessário para não fugir na hora da cruz. Na nossa vida com Deus também é assim: se não estivermos em contato constante e diário com Jesus na hora que a dor nos visitar, fugiremos como os discípulos fugiram aos pés da cruz.
A oração precisa ser prioridade na nossa vida. Estar com Deus e “gastar tempo” com Ele é essencial para uma vida de santidade. A exemplo de Jesus precisamos aprender a nos retirarmos para estar a sós com o Senhor e fazermos desses momentos lugares de intimidade, profundidade, amizade e conversão.
Que Deus te abençoe neste empenho de estar com Ele!