Santa Cecília, padroeira da música e dos músicos
Nesta quarta-feira, 22 de novembro, a Igreja celebra a memória da virgem e mártir, Santa Cecília, padroeira da música e dos músicos, martirizada em 22 de novembro do ano 230 depois de Cristo.
Dois relatos da sua história associam Santa Cecília à música:
Conta-se que, no dia do seu casamento com Valeriano, Cecília cantava hinos a Deus em seu coração, pois, foi dada em casamento, mas já havia consagrado a sua virgindade a Deus sob a proteção de seu anjo da guarda. Após o casamento, converteu o seu esposo pagão, que não a conheceu ao saber de sua consagração a Deus, e convertido por ela, buscou o batismo e foi batizado pelo Papa Urbano I. Após a sua conversão, Valeriano foi martirizado junto com seu irmão Tibúrcio, também convertido e batizado pelo Santo Padre.
Outro fato citado em sua história, é que entoava cantos de louvores a Deus antes da sua morte, nos três dias em que sofreu, após ser golpeada no pescoço. Seu corpo é o primeiro incorrupto na história da Igreja.
Por conta destes relatos, Santa Cecília foi proclamada padroeira da música e dos músicos.
Outro santo muito conhecido, Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja, faz uma linda reflexão sobre a música em nossa vida:
“Somos convidados a cantar ao Senhor um cântico novo (Sl 149, 1). É o homem novo que conhece este cântico novo. O cântico é alegria e, se o analisarmos com mais atenção, também é amor. Aquele que sabe amar a vida nova conhece esse cântico novo. Mas também é necessário que estejamos conscientes do que é a vida nova por causa do cântico novo. Tudo isto faz parte do mesmo Reino: o homem novo, o cântico novo, a nova aliança. O homem novo cantará um cântico novo e fará parte da nova aliança.” […]
«Eis-me a cantar», dirás. Cantas, sim, tu cantas: estou a ouvir-te. Mas toma cuidado para que a tua vida não dê um testemunho contrário ao da tua língua. Cantai com a voz, cantai com o coração, cantai com a boca, cantai com a vossa conduta, «cantai ao senhor um cântico novo». Se vos questionais sobre o que deveis cantar Àquele que amais, e procurais louvores para Lhe cantar, «louvai-O na assembleia dos fiéis» (Sl 149, 1). O cântico de louvor é o próprio cantor. Quereis cantar os louvores de Deus? Sede o que cantais. Vós sois o Seu louvor, se viverdes bem.”
Tomo como ponto de partida para a nossa reflexão a vida e o testemunho desses dois grandes santos, que marcaram a história da Igreja e que nos apontam o que, de fato, deve ser a música em nossa vida.
A música que leva para Deus é aquela que nasce da intimidade, de uma vida de comunhão, é o transbordamento de uma experiência concreta com o Maestro. É a vida que canta, é o amor de Deus que canta na vida do cantor que o reconhece como Senhor e busca se configurar a Ele.
Vale a pena recordar que a Palavra de Deus está cheia de citações, de hinos, salmos, cânticos, louvores a Deus. Tudo muito cheio de vida, onde o povo de Deus reconhece a Sua presença em cada momento, seja ele de dor ou de alegria.
São também de Santo Agostinho as afirmações: “Se queres saber o que cremos, vem ouvir o que cantamos”. Ainda: “Cantar é próprio de quem ama”. E “Quem canta bem, reza duas vezes”.
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Eu costumo testemunhar, quando alguém me pergunta sobre o dom da música na minha vida, quando componho ou canto, que as minhas canções são orações. Eu canto rezando e rezo cantando. Na minha vida, a oração e a canção são duas faces da mesma moeda. Ministério que ajuda-me a aproximar-me mais de Deus, faz parte da minha espiritualidade, uma música que me leva à intimidade com Deus e, de forma muito particular, por causa do Carisma que em mim habita, a Canção Nova, que eu canto, tem a missão de salvar almas e prepará-las para a segunda vinda de Jesus.
Na vida do nosso saudoso pai fundador, Monsenhor Jonas Abib, a música sempre teve um lugar de destaque. E foi no dia de Santa Cecília que ele fez esta oração: “Jesus, se a música for útil para o meu sacerdócio, ajude-me a aprendê-la”. Essa deve ser sempre a oração de todo músico, consagrar a Deus o dom para que ele, de fato, seja útil para o nosso ministério.
Nosso pai fundador foi ouvido e atendido por Deus, além das suas expectativas, não só se tornou um músico, cantor e compositor como também nos ensinou com a vida, na fundação da nossa comunidade, a cantar uma Canção Nova.
“Se queres saber o que cremos, vem ouvir o que cantamos.” (Santo Agostinho)
Feliz Dia da Música e do Músico!
Santa Cecília, rogai por nós!
Patrícia Coêlho Costa
É membro da Comunidade Canção Nova há 16 anos. É celibatária, cantora e compositora, e, recentemente, lançou seu primeiro EP pela Gravadora Canção Nova: EP Passo a Passo, já disponível em todas as plataformas digitais. Mídias Sociais: @pattycoelhocn