MANDAMENTOS DA IGREJA

O quinto mandamento da Igreja

Ajudar a Igreja em suas necessidades

Ajudar a Igreja em suas necessidades: esse é o quinto mandamento da Igreja. No Código de Direito Canônico, encontramos a seguinte prescrição: “Os fiéis têm a obrigação de prover às necessidades da Igreja, de forma que ela possa dispor do necessário para o culto divino, para as obras de apostolado e de caridade, e para a honesta sustentação dos seus ministros” (Cân 222). Ou seja, esse mandamento eclesial está ordenado para a manutenção do culto divino, para a missão da Igreja de anunciar o evangelho e para a sustentação daqueles que trabalham integralmente para o Senhor.

 

Sobre a questão do dízimo 

No Antigo Testamento, encontramos a seguinte prescrição: “Todo o dízimo do país retirado das sementes da terra e dos frutos das árvores pertence ao Senhor como coisa consagrada” (Lv 27, 30). Do ponto de vista etimológico, a palavra “Dízimo” remete à décima parte. Sendo assim, no contexto do povo de Israel, o dízimo seria a décima parte das sementes da terra, dos frutos das árvores, dos animais… No entanto, isso não se aplica atualmente. O próprio São Tomás, já em sua época, tratou sobre essa questão na Suma Teológica (S. T, II-II, q. 87, a. 1). E a Igreja -, com autoridade dada pelo próprio Cristo -, não estipula um valor específico, apenas diz o seguinte: O quinto preceito (prover as necessidades da Igreja, segundo os legítimos usos e costumes e as determinações) aponta ainda aos fiéis a obrigação de prover, às necessidades materiais da Igreja consoante as possibilidades de cada um” (CIC 2043).

Costumeiramente, nas dioceses e paróquias, é usado o termo dízimo porque, apesar dessa contribuição não ser a décima parte, ainda assim existe uma ligação entre uma coisa e outra. A lei prescrita no Antigo Testamento, de certo modo, tem o mesmo fundamento moral e espiritual do quinto mandamento da Igreja, ou seja, enquanto temos condições para colaborar materialmente com a Igreja, e assim o fazemos, estamos praticando a virtude da justiça.

Somos parte de um só Corpo 

No livro dos Atos dos Apóstolos encontramos a narração que descreve como era a vida dos primeiros cristãos, o autor diz o seguinte: Eles eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações. Apossava-se de todos o temor, e pelos apóstolos realizavam-se numerosos prodígios e sinais. Todos os que abraçavam a fé viviam unidos e possuíam tudo em comum; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um” (At 2, 44-45).

Vemos nesse relato dos Atos dos Apóstolos o seguinte:

  1. Os cristãos ouviam os ensinamentos dos apóstolos. O que é o mesmo de dizer: eram obedientes à autoridade da Igreja.
  2. Eram pessoas de oração, participavam da fração do pão e das outras orações. Isso significa que participavam dos sacramentos e tinham oração pessoal.
  3. Havia uma verdadeira união por parte daqueles que comungavam da mesma fé. Ou seja, viviam como irmãos.
  4. Eram capazes de vender seus bens ou reparti-los entre todos. Entendiam que havia valor nos bens materiais, no entanto, que todos esses bens estavam ordenados para outro ainda maior e imaterial.

Tudo isso é um relato de uma comunidade vibrante e verdadeiramente cristã. O relato de repartir os bens e estarem atentos às necessidades dos outros membros era como que algo natural e impossível de ser diferente, tendo em vista a intensidade com que viviam o Evangelho. Nós não somos chamados para algo menor do que isso. Deus nos escolheu — nós que somos pequenos passarinhos —, para voarmos como as águias que alcançam o mais alto voo.

Considerações finais 

Portanto, cada um avalie a si mesmo. Dê conforme as suas próprias condições. Não se apegue à falsa ideia que diz: “Deus me dará em dobro!”. A recompensa do justo não se encontra nos bens materiais desta vida, mas na vida futura, como bem disse o Senhor: “Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destrói e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, ajuntai para vós tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destrói, nem os ladrões assaltam e roubam. Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6, 19-21).

 

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