O Santuário do Pai das Misericórdias relembra em seus 10 anos de dedicação, a abertura da Porta da Misericórdia.
Aberta em 2015, ano que a Igreja em todo o mundo celebrou o Ano da Misericórdia, a Porta da Misericórdia no Santuário do Pai das Misericórdias, se tornará nesse ano de 2024 Porta Santa.
A Porta ganhará essa indulgência, por ocasião da abertura do ano Jubilar, no dia 24 de Dezembro de 2024. O Jubileu 2025 concederá a graça da indulgência plenária a todos os fiéis que, cumprindo os devidos preceitos, passarem por uma Porta Santa durante esse período.
Durante o ano da Misericórdia, promulgado pelo Santo Padre o Papa Francisco, o Santuário do Pai das Misericórdias abriu sua Porta Indulgênciada no dia 20 de Dezembro de 2015. Para o Santuário do Pai das Misericórdias, que já tem como missão levar a Misericórdia do Pai a todos os pecadores, a abertura da Porta da Misericórdia foi uma graça particular na qual pode transbordar sua espiritualidade a todos seus fiéis e peregrinos.
Um ano após a abertura oficial do Santuário do Pai das Misericórdias, naquele 20 de Dezembro de 2015 o Santuário estava lotado. Uma longa fila de fiéis aguardavam a abertura da Porta da Misericórdia. Na ocasião o bispo de Lorena, na época Dom João Inácio Muller, foi o presidente da celebração e quem abriu a Porta da Misericórdia no Santuário. No dia também se encontrava presente o fundador da Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, e dezenas de outros sacerdotes. A Comunidade Canção Nova além de festejar a abertura do Ano da Misericórdia, também celebrava 8 novos diáconos que seriam ordenados naquele dia.
Passados 9 anos da abertura da Porta da Misericórdia, conversamos com padre Alexsandro de Lima Freitas que foi ordenado diácono naquele dia. Atualmente padre Alex é o reitor do Seminário Canção Nova e apresenta também o Terço da Misericórdia na TV Canção Nova. Desde sua ordenação diaconal, padre Alex tem feito um caminho com a Misericórdia de Deus, e levado a Misericórdia por meio de seu sacerdócio.
Padre Alex relata a experiência que viveu naquele 20 de Dezembro de 2015:
“Foi muito marcante. Aquele dia, para mim, era o final de um ciclo formativo de muito tempo. Eu já estava há dez anos na Canção Nova e fiquei sete anos no seminário. Três anos na formação inicial e depois sete anos no seminário. Em 2015 estavamos finalizando a parte acadêmica e a ordenção diaconal seria em dezembro. Um detalhe importante, é que nós já haviamos escolhido essa data juntamente com os meus colegas, fomos oito ordenandos. Eu recordo que na época o nosso reitor, com muito cuidado conosco, porque tinha sido um ano bem exigente – a gente teve que fazer as matérias próprias daquele ano e mais algumas porque estávamos fazendo uma convalidação do curso. Alguns cursos que a gente não tinha feito, precisamos inserir naquele ano, então foi um ano bem exigente. Então o reitor do nosso seminário, queria que nós deixássemos a ordenação um pouco mais para frente, para o ano seguinte, para vivermos com mais tranquilidade.
Lembro que conversamos entre nós e pedimos que ele permitisse com o bispo, nosso bispo diocesano, a possibilidade de fazer a ordenação no dia vinte de dezembro, e foi assim que tivemos a data. Eu me recordo que não sabiamos a data da abertura da Porta da Misericórdia, isso veio posteriormente e caiu as duas coisas juntas! Então foi uma grata providência disso ter acontecido. A própria junção das duas datas foi muito marcante. Também o fato de ter sido a primeira ordenação no Santuário do Pai das Misericórdias.
Lembro de Dom João Inácio Muller abençoando a porta, em seguida a gente entrando em procissão pelo caminho da misericórdia no Santuário. Fizemos esse caminho, o caminho de Deus nos abraçar em sua misericórdia. Houve a proclamação dali, feita pelo chanceler na época, abrindo a Porta Santa no Santuário e depois a ordenação, a primeira ordenação realizada no Santuário do Pai das Misericórdias.
Rico em Misericórdia
Escolhi para a ordenação diáconal o lema “Rico em Misericórdia”. Esse lema acabou sendo o mesmo para a ordenação sacerdotal, fui ordenado em 28 de agosto de 2016, ainda dentro do ano da Misericórdia. A experiência de ser “Rico em Misericórdia” foi justamente o que eu vivi em primeiro lugar, senti de Deus acolher esse lema. Sabendo que sou o primeiro a fazer essa experiência e por isso devo também ser instrumento dessa misericórdia, pelo ministério sacerdotal.
Outro fato marcante foi a presença do nosso Pai Fundador, padre Jonas Abib, ainda vivo no meio de nós e participando conosco de tudo isso, foi muito significativo.
Algo que me marcou durante o rito da ordenação foi aquele momento da prostração, quando se cantava a ladainha ali nas invocações “Santa Maria Mãe de Deus, Rogai por nós. São Miguel, rogai por nós” – ali eu percebi que eu já não me pertencia. Ainda que esteja nesse mundo, mas não pertencia mais a este mundo. E que deveria realmente ser um homem de Deus. Entregue a Deus. Ali foi um momento muito marcante, inesquecível dessa experiência.
Depois da ordenação, oito meses depois, fui ordenado sacerdote, em agosto de 2016. Desde a ordenação essa espiritualidade da misericórdia, é algo que Deus foi moldando isso no meu coração. Não foi uma questão só de escolha de minha parte, mas eu fui experimentando. Minha história é uma história de misericórdia, do amor de Deus. A experiência que fui fazendo foi justamente essa, a Misericórdia foi aparecendo ao longo do tempo. Agora como ministro, devo também ajudar os meus irmãos a se levantarem! Como nós vemos ali no mosaico do Pai das Misericórdias, ajudar as pessoas vir para Deus e nascer de novo. Ser também consolados pela misericórdia de Deus. Com a ordenação sacerdotal ainda mais, pelo pastoreio, pela presença, pelo sacramento da confissão, a celebração da Santa Missa. Poder ser instrumento da Misericórdia de Deus.
Apostolado da Divina Misericórdia
Quanto ao apostolado da Divina misericórdia foi uma surpresa para mim. Eu vim para Cachoeira Paulista para trabalhar no Seminário e acabei sendo solicitado para ajudar no terço da Divina Misericórdia. Esse foi mais um capítulo, mais um passo daquilo que Deus realiza em mim, da minha caminhada com a experiência com a Misericórdia de Deus. Mais do que o terço, ele é uma expressão. É uma “isca” de Deus para trazer tantas pessoas para sua misericórdia. Mas o que de fato o Senhor deseja é que renasçamos para uma vida nova! Sua misericórdia nos faz homens novos, transformados. A minha experiência de não saber tudo, não entender tudo, mas me deixar ser atraído por esse mar de Misericórdia. Tem uma correnteza de Deus que me atrai, me traz para dentro desse mar da Misericórdia, para profundidade do mar da Misericórdia. Eu estou mergulhando nisso, e acabo tendo o dever de chamar outras pessoas para mergulharem e experimentarem a misericórdia de Deus.
Eu proclamo algo que também experimento, nisso eu acabo ganhando muito. Porque estou dentro dessa Misericórdia, Ele me convida a experimentar O Seu grande Amor, O Seu infinito Amor. Para mim é uma grande benção viver esse apostolado do anúncio do Rosto de Cristo, da Sua Misericórdia.
Louvo a Deus pelos 10 anos do Santuário do Pai das Misericórdias, que tem feito tanto bem a tantas pessoas. Tem sido um lugar onde o Senhor faz com que os Seus raios de misericórdia cheguem a tantas pessoas, e tantas pessoas são atraídas também ao Santuário e se percebem fazendo esse caminho da misericórdia. Da escuridão de uma vida, muitas vezes no pecado, a alegria do abraço de Deus, do retorno para Casa do Pai. Que Deus possa abençoar cada um também, e possam fazer essa experiência com o amor de Deus!”
Comunicação Santuário do Pai das Misericórdias
Magda Ishikawa Florêncio