Cristo Rei do Universo | um reinado verdadeiro

Solenidade de Cristo Rei do Universo
2Sm 5,1-3; Sl 121; Cl 1,12-20; Lc 23,35-43;

Caminhada de salvação

Hoje, se encerra mais um ano litúrgico; sempre no último domingo do tempo comum comemora-se a Solenidade de Cristo Rei do Universo.

O Pai fez uma caminhada de salvação com o seu povo. Ele criou para salvar, mandou homens à frente para liderar seu povo para salvar, enviou profetas e enviou o seu Amado Filho, Jesus Cristo para salvar e reinar sobre a humanidade e todo o universo.

No percurso de salvação um dos homens de Deus que prefiguram o Salvador é Davi. Davi o filho mais novo de Jessé, aparentemente frágil, era um pastorzinho mas o Senhor não olhou sua aparência e sim seu coração. O jovem Davi foi escolhido e na primeira leitura (2Sm 5,1-3) já mostrou que as tribos de Israel havia saído de Hebron e reconhecido a realeza de Davi. Ora as doze tribos representam ao mesmo tempo a totalidade e a diversidade dos povos que reconheceram em Davi sua majestade e mais ainda no Deus que ele servia.

cruzReina através do sangue derramado da cruz

Se na primeira leitura e ainda em outros livros do Antigo Testamento, aparece a prefiguração da realeza de Cristo em alguns homens. Já na segunda leitura (Cl 1,12-20), como em todo Novo Testamento, aparece a concretização da realeza divina/davídica em Nosso Senhor Jesus Cristo. O apóstolo Paulo louvou o Pai porque foi possível a cada cristão participar da “luz que é a herança dos santos” (Cl 1,2). Além do cristão participar da luz do Senhor, Paulo continuou no hino “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criação, por causa dele foram criadas todas as coisas no céu e na terra…” (Cl 1,15-16) Ele, Jesus é rei do Universo, tudo é dele e para ele, e ele já existia antes da criação e é nele que as coisas tem consistência (17). Que leitura fantástica! O apóstolo revela o “cristocentrismo”, ou seja, a centralidade de Cristo-Rei do Universo.

Ele, Jesus, é a Cabeça do corpo (Igreja) é o Princípio, o primogênito de toda criatura, por ele houve a reconciliação com todos os seres realizando a paz. Como? Através do “sangue da sua cruz”.

Através da cruz o Senhor-Rei reconciliou todos os seres e, no Evangelho (Lc 23,35-43), e cena é da crucifixão. Parece estranho a liturgia de Cristo Rei com esse evangelho, mas foi realmente na cruz que Jesus mostrou sua realeza, seu poder reconciliador. Na cruz, através do sangue, ele reinou e aniquilou o pecado e a morte. Que poder? Que caminho Jesus reinou?

O poder do reinado no amor e na obediência

O Senhor e Rei Jesus reinou através do poder do amor e do caminho da obediência. O poder de amar fez Jesus ter paciência com os discípulos e com o povo. Através do poder do amor o Senhor ensinou, realizou milagres; através do poder do amor o Senhor não desistiu e suportou a cruz e os sofrimentos. Jesus Cristo ainda reinou através do caminho da obediência, no caminho da obediência. Jesus foi obediente aos pais na terra e ao Pai do céu. Cristo reinou porque foi dócil ao Pai e não quis fazer a própria vontade.

O poder do Senhor não estava apenas num plano terreno: percebe-se isso quando o “mau ladrão” disse a Jesus para que se salvasse e salve-se a eles. Já o “bom ladrão”, ainda naquele estado, reconheceu sua condição de pecado, mas rogou que o Senhor se lembrasse dele no reinado. Lembra-se onde? No reinado. Não se tratava desse plano terrestre, contudo no Paraíso, no reinado eterno de Jesus. No reinado eterno Jesus garantiu o Paraíso ao ladrão que reconheceu sua condição de pecado.

Nossa resposta

Por fim, na solenidade de Cristo Rei do Universo qual deve ser nossa resposta? Reconhecer que ele é Rei, é o descendente de Davi, ele é a promessa do Pai que se cumpre. Jesus reinou com a prática do amor e da obediência. Devemos imitar o Senhor que reinou através do amor e da obediência. Jesus não reinou com um poder de oprimir, esmagar, excluir, destruir, ou num autoritarismo daqueles que apenas mandam fazer. Jesus, fez e falou ou falou e fez, reinou através do serviço amoroso e obediente. Que o Senhor nos conceda a graça de imitá-lo e um dia alcançarmos, por misericórdia, o Paraíso.

Padre Marcio José do Prado
vice-reitor do Santuário do Pai das Misericórdias

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