“O ciúme vem devagar, nem sempre percebemos, e em muitas vezes vamos dando pequenas concessões para que ele se infiltre em nossa vida.”
A liturgia da 26ª semana do tempo comum tem como tema uma situação que nem sempre damos tanta importância e que pode passar despercebido de nós.
O Senhor, por causa da missão de Moisés, deu a ele um presente, uma porção generosa de Seu Espírito Santo. É o Senhor quem sabe do que precisamos para que realizemos bem a missão que Ele tem para nós.
Deus dá o que quer, quando e a quem quer, pode retirar tendo em vista um bem maior.
Ele retira um pouco, e não todo, do Espírito que Moisés possuía para dar a outros, com um objetivo definido: Deus precisa de mais profetas.
O que aconteceu em seguida, foi algo bem parecido com uma crise de ciúmes dos nossos dias. Josué solicita para que Moisés interfira na situação dizendo: “manda que eles se calem!”
Muitas vezes é assim que agimos quando verificamos que outros possuem algo de precioso. O ciúme vem devagar, nem sempre percebemos, e em muitas vezes vamos dando pequenas concessões para que ele se infiltre em nossa vida.
Devemos, ao contrário ser agradecidos a Deus por tudo que Ele tem feito em nosso favor e na vida de nossos irmãos.
A expressão de Moisés é brilhante nesta leitura, ele é um homem de Deus, entende os planos do Senhor por que é íntimo Dele, Sabe o que Deus quer de cada um de nós e declara: “Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor lhe concedesse o seu Espírito.
No evangelho, Jesus vai na mesma linha de Moisés, e diz claramente “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim” e continua, “quem não é contra nós é a nosso favor.
Esse ensinamento de Jesus quer abrir os nossos olhos e principalmente o nosso coração que, como diz a segunda leitura, pode ser que esteja vivendo “luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança”. O que jesus nos pede é que amemos a Ele em primeiro lugar e depois aos irmãos como a nós mesmos.
Meu irmão se agirmos segundo a vontade de Deus, e não fecharmos o nosso coração iremos dilatá-lo e amar a todos com um amor que não vem de nós mais do próprio Deus.
Que cada um de nós, ao percebermos que agimos conforme o que não vem de Deus, isto é, de modo ciumento e possessivo, possamos voltar e decididamente colocar a nossa vida em Seu coração misericordioso. Só assim poderemos agir com misericórdia.
Deus abençoe,
Padre Evandro Lima
Administrador do Pai das Misericórdias.