Festa da Exaltação da Santa Cruz | Sinal da misericórdia do Pai

Festa da Exaltação da Santa Cruz assinalada, de forma muito especial no Santuário do Pai das Misericórdias

Hoje, 14 de setembro, a Igreja celebra a Festa da Exaltação da Santa Cruz, que faz parte da história do Santuário do Pai das Misericórdias. Às 7h, o Padre Marcio Prado, vice-reitor do mesmo Santuário, celebrou a Missa solene depois de um Tríduo preparativo.

Confira a homilia, na íntegra:

“Queridos peregrinos, aqui, no Santuário do Pai das Misericórdias, queridos irmãos e irmãs que nos acompanham também de casa pelo Sistema Canção Nova de Comunicação, nós estamos em festa, aqui no nosso Santuário. Claro que, toda a Igreja, também, realiza essa festa: a sua realidade paroquial, comunitária, mas nós estamos aqui em festa. Quando iniciou a construção do nosso Santuário, que foi no ano de 2008; a pedra fundamental no Hosana Brasil de 2007.

Cruz: onde o Pai amou a humanidade

E a Providência de Deus foi cuidando de tudo: graças a Deus muita gente participou desta construção. Talvez você tenha participando fazendo a sua doação de ouro, doação de espécie, e nós temos aqui representado no nosso Santuário o ouro, na parede. Aquelas plaquinhas representa o ouro que cada um pode participar, aqui. E é claro que, tem ainda os acabamentos ainda, os vitrais, a vida do Santuário precisa continuar e, graças a Deus, tem funcionado mas a Providência de Deus também nos visitou, em outro sentido. No dia 14 de setembro de 2011 estava a ser difícil colocar a Cruz lá em cima, lá fora. A Cruz não queria encaixar (essa Cruz que temos lá fora e que pesa um pouco mais de três toneladas. Não se encaixava de jeito nenhum. O pai da obra precisava estar aqui. O Monsenhor Jonas não estava aqui, queriam até fazer uma surpresa. (…) Ele precisou chegar aqui, no dia 14 de setembro de 2011, ele abençoou a cruz e a cruz foi içada e encaixada, lá em cima. É festa aqui no Santuário. Por causa desta data? Sim. Só que podemos ir também um pouco mais além. (…) O Santuário é dedicado a quem? Ao Pai das Misericórdias. Dedicado ao Pai… das Misericórdias. E vamos pensar, rezar e raciocinar: onde o Pai amou tanto a humanidade, se não foi na Cruz? Então, por isso, que é festa do Santuário. (…) Onde o Pai amou tanto a humanidade se não na Cruz, entregando o Seu Filho único para a nossa salvação. Então, é festa para nós, é festa para a Igreja! É festa para quem é da Canção Nova, é festa para que é amigo da Canção Nova, é festa para quem é filho deste Pai das Misericórdias. É festa para todos nós! O Pai nos amou, o Pai nos ama, o Pai nos amou através de Jesus.

 

‘Serpente de bronze’ elevada para a nossa salvação

(Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com)

(Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com)

Nós escutamos a primeira leitura, tirada lá do livro dos Números, onde apresenta esta prefiguração do Cristo. O povo de Deus infelizmente estava a murmurar com Moisés – ‘estamos cansados deste pão, este cansados deste alimento nojento!’ – falavam… Infelizmente, o povo se cansou de Deus, começou a murmurar. Deus permitiu, mandou algumas serpentes venenosas que picavam esses murmuradores, esses que acabaram se revoltando contra Deus, contra Moisés. Esses que eram picados morriam. O salário do pecado é a morte, é a morte. Mas Moisés, como sempre, intercedeu pelo povo: ‘Mas meu meu Deus, meu Pai, esse povo que o Senhor resgatou, esse povo que o Senhor tirou do Egito, salve esse povo, não leve em conta os seus pecados’. Moisés intercedeu por esse povo. Deus retirou aquelas serpentes venenosa dali? Não, não retirou. Mas qual foi o sinal que Ele apresentou para que as pessoas pudessem ser salvas, podem permanecer vivas? Fez uma serpente de bronze e colocou naquela haste que representa Nosso Senhor Jesus Cristo que foi elevado na Cruz. Veja bem: Deus não retirou as serpentes venenosas mas apresentou algo para salvar o povo, para que o povo pudesse continuar a viver. Nós podemos constatar isso também no nosso mundo. Hoje em dia, infelizmente, tem muitas serpentes venenosa por aí. Por vezes, nós pedimos: ‘Senhor, livra-nos deste mal! Livra-nos destas serpentes. Livra-nos disto, livra-nos daqui-lo!’. E, Nosso Senhor, não livra. Continuam os sofrimentos, a morte, as angústias… as serpentes continuam aí mas Nosso Senhor, o Pai das Misericórdias, nos deu o Salvador, nos deu a solução que é o Seu Filho. Então, assim como aquele povo olhava para aquela serpente no deserto e ficava curado, apesar de ter sido mordido, meus irmãos, tem jeito também para nós, que um dia fomos mordidos por esse mal do pecado, por esses mal do individualismo, pelo mal da ganância, pelo mal da falta do amor, pela falta da misericórdia.

Jesus Cristo, o Salvador enviado pelo Pai

Nós um dia fomos picados, infelizmente, temos sido picados, talvez. Mas, Nosso Senhor nos dá uma solução: o Seu Filho, que foi elevado na Cruz para nos salvar. O Senhor nos dá, o Senhor nos oferece, meus irmãos, o Salvador, a Salvação: Ele mesmo. Hoje, o mal está aí, muita gente está sendo contaminada mas o Pai do Céu nos deu uma solução: o Seu Filho. E se a serpente, lá no deserto, de bronze, que foi elevada foi capaz de dar a vida a muitas gente, quanto mais Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus. Não mais uma serpentezinha, não mais um animal, um cordeiro, uma ovelha… o próprio Deus, o próprio Jesus: gente. Gente como a gente, sofreu, morreu por amor a cada um de nós e foi também elevado. E nós escutamos isto no versículo 14: ‘Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todos os que nele crerem tenham a vida eterna.‘ (Jo 3, 14). O diálogo que Jesus teve com Nicodemos. Assim o Senhor foi elevado. Lá no Evangelho de João 19, 37, vai dizer: ‘Olharão para aqueles que traspassaram.’ O Senhor foi elevado na Cruz.

(Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com)

(Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com)

Dia de olhar e contemplar a Santa Cruz

Meus irmãos, hoje é um dia de nós olharmos para a Cruz. Que nós sejamos provocados por Nosso Senhor: olharmos para a Cruz e, talvez, essa é a proposta de todo esse dia e, que nós continuemos a fazer isso. Infelizmente, tem muitos lugares aí que retiraram a cruz. Nós não podemos tirar a cruz do nosso peito, das nossas Igrejas. Pode ser que tirem dos departamentos públicos, mas nós não podemos tirar a cruz do nosso coração, da nossa vida e, mesmo que tirem por aí, vamos nos lembrar que ela continua conosco e nós a carregamos, dia após dia. Não permitamos que seja tirada do nosso peito, do nosso coração porque ela é sinal de salvação. Ela não é mais maldita, e bendita! Bendita Cruz, bendito sofrimento de Nosso Senhor.

Parece que não há muita coerência em bendizer a Deus pelos sofrimentos mas é isso que nós também fazemos hoje, nós bendizemos a Deus pelos sofrimentos que Ele passou que Ele suportou porque os sofrimentos que Ele passou foi um sofrimento redentor. E claro que nós também passamos pelos nosso sofrimentos, pelas nossas dores. Nós nem precisamos pedir sofrimentos porque eles já veem naturalmente. Alguns santos místicos pediam: ‘que eu sofra na carne, que eu sofra…’ Fica ao seu critério pedir ou não mas o sofrimento vem; isso acontece: é uma doença, uma enfermidade, um relacionamento difícil, é aquela difícil, é você que é difícil, eu é que sou difícil, não o outro. Eu preciso me corrigir, você precisa se corrigir. As cruzes estão aí e nós precisamos carregar com amor, precisamos carregá-la e enxergá-la como salvação. Nosso Senhor quando tomou ali a Cruz e foi carregando,  acredito que Ele foi pensando em mim e em você. (…) Ele não olhou à aparência, olhou o coração – o seu coração, o meu coração – e tomando ali a Cruz: ‘vale, vale a pena por ele. Ele vai negar-me mas vale a pena, não tem problema, vou continuar carregando a Cruz.’

Por amor, continue a carregar a cruz

Meus irmãos, nós também podemos fazer isso. Muitas vezes, nós olhamos e  pensamos: ‘ele não merece, ela não merece, mas o que Ele fez por nós senão foi isso? Esse povo não mereceria. Realmente… Mas, por amor, vou continuar a carregar essa cruz. Por amor, continue a carregar essa Cruz. E esse sofrimento que você tem passado, essa dor que você tem passado, não vai ser em vão. Ofereça! O sofrimentos nos trazem muitos e muitos benefícios e com o tempo, com certeza, nós vamos colher esses benefícios. Nosso Senhor passou pela cruz, Nosso Senhor passou pelos sofrimentos. Hoje é dia de olharmos para a Cruz: Ele nos salvou, Ele salvou a humanidade, Ele salvou o cosmos, salvou a todos nós, toda a criação: Ele nos salvou. Olhemos hoje para a Cruz e também lembrarmos daquelas palavras que Jesus disse na Cruz (…): ‘Tenho sede’. Olhar para Cristo, olhar para o Crucificado, olhar para a Cruz e deixar que as palavras possam ressoar: ‘Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem.’ Olhar para a Cruz e deixar essas palavras de Jesus ressoar. ‘Mãe, eis aí o teu filho. Filho, eis aí a tua Mãe.’ Hoje é um dia de olharmos para a Cruz, deixar que essas palavras ressoem no nosso coração. Olhar para ela com alegria: é motivo de salvação, não é de maldição. É lembrar essas palavras que Jesus também disse para aquele ladrão que nós conhecemos: ‘Hoje estarás comigo no Paraíso’. Você quer estar hoje no Paraíso? Se una à Cruz. Jesus carregou por um tempo mas depois Ele Se uniu a ela através dos pregos. Queremos muitas vezes desprezar a Cruz, abandonar a Cruz mas Jesus se uniu a ela. Se una também à sua Cruz, aos seus sofrimentos, às suas dores, aquilo que você vem passando porque essa cruz é para a sua salvação, para a salvação dos seus.”

Acesse a liturgia do dia.

Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!

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