“Se Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nada terás a temer; se Ela te conduz, não te cansarás, se Ela te é favorável, alcançarás o fim.” (São Bernardo)
Houve um tempo na minha vida em que eu estava no fundo do poço. Foi nessa fase que aceitei o convite de minha tia para ir a um culto em uma igreja evangélica que ela frequentava há muitos anos. Foi muito bom! Chorei muito. Senti Deus falar comigo e voltei algumas vezes. Logo, veio o convite para eu me batizar, porém eu tinha consciência de que, como católica, eu já era batizada. Na minha família, a devoção a Nossa Senhora sempre foi muito forte, e, de alguma forma, eu sentia a falta dela naquela igreja. Assim, parei de frequentar o culto.
Passaram-se alguns anos, e tive uma experiência forte com Deus. Minha vida mudou totalmente. Eu não era mais a mesma. Mas, por mais que eu tivesse um carinho muito grande por Nossa Senhora, eu não conseguia me relacionar com ela. Era engajada na minha paróquia, já frequentava a casa de missão da Canção Nova em Aracaju, rezava o terço, mas faltava “algo” na nossa relação. Eu sabia que ela era minha Mãe do céu, mas eu não me sentia filha. Minha oração espontânea com ela não fluía da mesma forma que eu me relacionava com Jesus.
Até que vivi um tempo na minha vida que sofri uma calúnia de alguém que eu amo muito, e rapidamente se espalhou por todo o bairro em que eu morava. Passei dias sem dormir, sem comer, e só chorava e falava para Jesus:
Senhor, somente eu e você sabemos que tudo isso é mentira. Mande alguém para me defender.
E essa foi minha oração durante todos aqueles dias. Foi aí que o porteiro do prédio onde eu morava me entregou as correspondências. E entre elas recebi a revista da Canção Nova, da qual eu era sócia. E para minha surpresa, ela tinha mandado um brinde para todos os sócios fiéis daquele ano. E o brinde era um livro de orações intitulado: “Nossa Senhora da Defesa”. Naquele momento, lembrei-me da minha oração: “Senhor, manda alguém pra me defender”. Ali mesmo, em prantos, entreguei-me a Nossa Senhora. Eu senti um forte cheiro de rosas, e ela a me acolher em seu colo. Eu não fui a ela, mas foi ela que veio a mim. Eu fui a Jesus, e Ele me deu a Mãe, porque, naquele momento, o colo de que eu precisava era o dela. Ela foi a minha defesa, meu consolo, ela trouxe paz em minha dor. E digo mais, foi ela também quem me ensinou a perdoar essa pessoa que me caluniou. A partir dessa experiência, nossa relação mudou completamente, e é sempre ela que tem me auxiliado em tudo que vivo.
Não são os bonitos discursos que revelam a nossa identidade como filhos de Deus, mas são apenas o abandono da vida nas mãos do Pai e o perdão aos que nos ofendem que nos mostram a qualidade da nossa fé. (Papa Francisco)
Edcleide Campos
Jornalista e Missionária da Comunidade Canção Nova