A vitória não se alcança pelos poderosos deste mundo, mas por meio da Mãe Auxiliadora
A Igreja Católica celebra, hoje, o dia de Nossa Senhora Auxiliadora. É a padroeira dos salesianos e de países como Austrália, China, Polônia e Argentina. Mas e o título de Nossa Senhora Auxiliadora? Você sabe como e por que ele passou a ser rezado na Igreja?
Em nossas constantes lutas do dia a dia, frequentemente recorremos a Deus e aos Santos. Quase que sem perceber, clamamos a Nossa Senhora para nos socorrer durante diversos momentos do dia. Aliás, você já parou para pensar como é que esses títulos marianos, por exemplo, foram definidos? Recentemente, em 20 de junho de 2020, o Papa Francisco incluiu três novas invocações à Ladainha de Nossa Senhora: Mater misericordiae (Mãe de Misericórdia), Mater spei (Mãe da esperança) e Solacium migrantium (Conforto dos migrantes).
Qual é a origem?
De acordo com uma reportagem da Revista Família Cristã, em italiano, a invocação Auxilium christianorum, ora pro nobis aparece, pela primeira vez, na versão das Ladainhas Lauretanas, publicadas, em 1576, e aprovadas pelo Papa Clemente VIII em 1601; ausente na versão mais antiga, datada de 1524.
Uma tradição do século XVI
Segundo a tradição, esta invocação foi acrescentada pelo Papa Pio V (1566-1572) após a vitória da Santa Liga sobre os otomanos em Lepanto (7 de outubro de 1576). O Papa mariano e dominicano consagrou a Maria os exércitos e destinos do Ocidente e do cristianismo, ameaçados durante séculos pelos turcos que chegaram até Viena, e que, na grande batalha naval de Lepanto (1571), enfrentaram e venceram os muçulmanos.
A invocação “Auxiliadora dos Cristãos” era rezada pelos veteranos que regressavam da batalha e passavam pelo Santuário de Loreto, na Itália, para agradecer a Nossa Senhora. Na ocasião, o Senado de Veneza ordenou uma grande pintura comemorativa da Batalha de Lepanto para o Palácio Ducal em que estava escrito assim: “Nem poder, nem arma, nem comandantes nos conduziram à vitória, mas Maria do Rosário”.
Dia 24 de maio
Já a festa de Maria, Auxílio dos Cristãos, foi instituída pelo Papa Pio VII em 15 de setembro de 1815, e fixada em 24 de maio marcando seu triunfal retorno a Roma (24 de maio de 1814) depois de ser preso por Napoleão, em Fontainebleau, na França.
No século XIX, a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora passou a ser propagada por Dom Bosco. Desde o início de seu sacerdócio e da fundação de suas obras em Turim, o grande educador colocou à frente de seus projetos Maria Auxiliadora. Diante das necessidades ou quando algo não estava dando certo, Dom Bosco se dirigia à Maria e dizia: “E então, vamos começar a fazer alguma coisa?”. Em agradecimento à intercessão materna, Dom Bosco ergueu em apenas três anos, em 1868, a Basílica de Maria Auxiliadora, em Valdocco.
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Atualmente, Maria Auxiliadora se tornou a Nossa Senhora de Dom Bosco. Sob sua Padroeira, fundou os Salesianos, as Filhas de Maria Auxiliadora, os Cooperadores e toda Família Salesiana, da qual a Canção Nova faz parte. Uma Família que tem dado à Igreja inúmeros santos, beatos, veneráveis e servos de Deus.
O clamor à ajuda de Maria continua tão necessário em nossos tempos atuais marcados por desemprego, falta de comida, dificuldade de acesso à educação, saúde, segurança. A Maria, confiamos o Sucessor de Pedro, nosso querido Papa Francisco e toda Igreja. E para finalizar, compartilho a letra de um hino a Nossa Senhora Auxiliadora. Não se conhece o autor, mas certamente, a canção pode contribuir muito para tornar ainda mais amada Aquela que vence as batalhas mais duras de nossa vida:
“Auxiliadora, Virgem formosa,
Dos pequeninos, Mãe dadivosa,
De mil tormentas entre o furor,
Teus filhos salva, Astro de Amor.
Bradamos todos – numa só voz:
Auxiliadora! Rogai por nós! (bis)
Tu que do empíreo, és Soberana,
Tem dó da imensa miséria humana.
Do nosso exílio, pelo caminho
Envolve a todos no teu carinho.
A efígie diz-nos, quanto és bondosa,
Virgem Maria, quão poderosa:
Jesus que apertas ao coração,
O cetro régio que tens na mão.
Volve-nos meiga o olhar benigno,
Tu que vencestes satã maligno:
Detêm-lhe os botes da sanha irada,
Auxiliadora, Imaculada.”
Rodrigo Luiz dos Santos
Missionário da Com. Canção Nova