DIAS DAS MÃES

O papel da mãe

Maternidade como dom e tarefa!

Hoje é o dia de celebrar um grande dom: o da Maternidade! Que graça imensa para nós, mulheres, de poder cooperar com Deus na criação de um novo ser, que, desde toda eternidade, já foi amado e querido por Deus: os nosso filhos. Diante de tamanha graça, nós nos assustamos, nos encantamos, adoramos o mistério da Vida, e a acolhemos com Amor.

A maternidade nos tempos atuais vive em dois extremos: o romantismo e o terrorismo. Muitos falam da maternidade tão poeticamente que parece que, muitas vezes, não se enfrentam dificuldades, e quem as vive acaba trazendo em si sentimentos de culpas por não ser a ‘tão idealizada’ mãe que ‘deveria’ ser, segundo os novos ‘padrões católicos’ propagados. Do outro lado, influenciado pelas ideologias, vem o extremo, onde se considera a maternidade com um fardo pesado demais, como algo que acaba com o corpo da mulher, rouba sua liberdade e o seus ‘direitos’ de fazer o que quer, quando quer e na hora que quer. Uma das consequências mais drásticas dessa forma de pensar é o aborto…

Mas a maternidade não é nem uma coisa nem outra. Como tudo criado por Deus, não se pode ver na ótica do extremismo nem da polaridade, seja ela positiva ou não.

Foto: Wesley almeida

Maternidade, um grande dom de Deus

A maternidade é, como afirmei no começo do texto: um grande dom. E, como todo dom de Deus, existe uma tarefa a ser realizada: o cultivo, a poda, o crescimento para, enfim, produzir seus frutos.

Eu sou mãe de uma linda menina de 5 anos e um rapazinho de quase 2 anos. E posso dizer que não vivi na prática o que se fala por aí: “nasce um filho e nasce uma mãe” . É poético, é belo, mas não traz toda a verdade que muitos dizem, como se com a chegada do filho, automaticamente a gente aprendesse a ser mãe.

Pode ser que você que está lendo esse texto tenha muito mais tempo sendo mãe do que eu e pode concordar comigo que, a cada ano, a sua maternidade foi sendo apurada, lapidada, você aprendeu com seus erros, descobriu novos caminhos, se sentiu frustrada e realizada ao mesmo tempo. E é exatamente assim: a maternidade é uma construção.

O instinto materno sim, esse vem junto com a criança. O desejo de acertar, de fazer o melhor para aquele serzinho que acaba de nascer é imenso. Mas muitas de nós nos deparamos com as nossas incapacidades, medos e até ‘pesos’ trazidos por conta da nossa história, da falta de referência materna, de não ter sido criadas e educadas para sermos mães e, por isso mesmo, muitas caem no desânimo, no desespero e acabam fugindo de alguma forma da sua vocação.

Lá em 1 Timóteo 2, 15, está escrito: “A mulher será salva pela maternidade”. Que afirmação belíssima! E é a partir disso que quero refletir com você a grandeza da nossa vocação.

A maternidade pressupõe uma grande disposição à conversão. É neste caminho árduo de renúncia por amor do nosso tempo, das nossas forças, das nossas vontades, que vemos a virtude do amor desabrochando generosamente em nossos corações.

Quando começa o processo formativo dos nossos filhos: os nãos que precisamos, por caridade, lhes dizer, as correções das suas más inclinações, o grave dever, como nos diz a Igreja, de educar os nossos filhos para o céu, temos, diante de nós, um espelho que nos mostra quão miseráveis somos e quão bela oportunidade de, pelo Amor e no Amor, nos tornarmos pessoas melhores para Deus, por conta dos nosso filhos.

O livro “Catecismo da Educação” afirma: “É o filho que salva a mãe”, e isso é verdade. Recordo-me aqui do grande exemplo da minha avó paterna. Ela gerou e criou 11 filhos, vivendo uma profunda austeridade de vida. Infelizmente, meu avô a traiu e abandonou sua família, e ela teve de assumir com seus filhos adolescentes o rumo do seu lar. E ela sempre foi uma mulher de fé e de oração, inclusive ela que me ensinou a amar a Santa Missa. E foi assim, com os olhos em Deus e pensando nos seus filhos, que ela seguiu sua vida. Eu nunca vi minha avó falar mal do meu avô. Sempre com o terço nas mãos e rezando pela rádio na época, ela foi sustentada para cumprir a sua missão, encaminhar os seus filhos. No fim da vida, ela ainda perdoou meu avô antes de partir e deixou como herança para todos nós a sua fé e a generosidade do seu amor.

Uma mulher que poderia ter sido estragada pela traição, pelo ‘peso’ dos 11 filhos a criar, mas escolheu a fé, escolheu ser a referência para seus filhos e, com isso, ela ‘se salvou’.

Eis o grande e belo ‘papel’ e missão das mães: nos assemelhamos a Deus, não só pela geração, mas sim pelas Virtudes.

Feliz do homem a quem Deus deu uma santa mãe”. Eu desejo muito que meus filhos sejam esses bem-aventurados, mas, para isso, eu preciso diariamente me pôr a caminho, para construir essa mãe segundo o coração de Deus. Se eu não for até Ele, fonte do dom, eu não terei forças para viver bem a maternidade.

É próprio da mãe doar-se (com a vida e com o tempo), amar, perdoar, educar, corrigir, instruir, trazer beleza, construir boas memórias nos seus filhos (quem aí não sente o gosto bom da comida da mãe), mas tudo isso não basta! Precisamos entender que a maternidade também é para nós um caminho de santificação, a nossa porta estreita que vai nos conduzir e, por sua vez, conduzir toda nossa família ao Céu.

Por isso, mães, que hoje Deus lhes conceda essa graça, de olhar a sua vocação não como um fardo, e sim como um lindo presente, que o Céu lhe concedeu de ser um pouquinho de Deus para seus filhos!

Feliz dia das mães!

 

 

 

 

Leia mais:

Oração a Nossa Senhora da Pietá

Deixe seu comentários

Comentário