Comunidade Canção Nova recebe os novos seminaristas

No dia 06 de janeiro de 2017, a Comunidade Canção Nova recebeu na Casa de Nazaré (casa de formação dos candidatos às ordens sacras cursantes de filosofia) os cinco novos candidatos deste ano: Gustavo Daniel da Silva (28 anos), Italo do Rosário Thomaz (27 anos), José Márcio Alves Monteiro Junior (29 anos), Kaique Duarte Santos (22 anos) e Rafael Vitto (22 anos). Diante deste novo de Deus, relatamos um pouco de como está sendo esta experiência a partir do testemunho de cada um.

“Lancei-me nesta busca das coisas do Alto”

Italo – “Desde criança até os meus doze anos eu fui coroinha e sempre cresci neste meio. Eu tive meu encontro pessoal com Jesus em 2007, em uma pregação do Pe. Léo, ‘Buscai as coisas do Alto’. Então fui passando por um processo de reconhecimento em que fui me identificando com as coisas da Igreja, com as realidades próprias da vida sacerdotal e, de fato, lancei-me nesta busca das coisas do Alto. Eu fiz 3 anos de caminho vocacional para ingressar na Comunidade Canção Nova, no Pré Discipulado (etapa inicial). Desde o início já partilhei sobre o meu interesse de ir para o seminário. No segundo ano, no Discipulado em Queluz, este chamado se tornou mais intenso e lá fui acompanhado pelo Pe. Sóstenes Vieira, o reitor da Casa de Nazaré (Seminário da Canção Nova), em encontros mensais para continuar este discernimento e iniciar o tempo de seminário. No dia 06 de janeiro de 2017, dia dos Reis Magos, ingressei neste novo tempo e estou muito feliz. Reconheço em mim as disposições para este caminho e estou lutando para dar os passos que me são necessários.

Novos seminaristas na procissão de entrada na Missa de encerramento do acampamento ‘Revolução Jesus’ no Santuário do Pai das Misericórdias (Foto: Daniel Mafra/ cancaonova.com)

Servir na Canção Nova é diferente porque temos os meios de comunicação para transmissão da Santa Missa, o que exige um treinamento. As pessoas nos veem pela Canção Nova e ficam alegres pela nossa escolha. Sinto assim um grande acolhimento. Algo bem interessante que vivo no seminário é o contato com padres, seminaristas e religiosos até mesmo de fora do país, de outras comunidades, que me permite tocar em diversas realidades paroquiais, eclesiais e espirituais. Isso abre o nosso horizonte quanto ao ser Igreja”.

“A compaixão é a alma do sacerdote”

Gustavo – “A aspiração que o Espírito Santo foi trazendo ao meu coração é  que o sacerdote é para Deus e para o povo e este é o meu desejo. A palavra que confirmava este desejo é de Mateus 9, 36: ‘Vendo a multidão ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelha sem pastor’. É assim que me sinto, com profunda compaixão pelos que sofrem, pelos que estão mais distantes de Deus e que precisam de encontrá-Lo. Em uma partilha com o Pe. Sóstenes ele me disse que a compaixão é a alma do sacerdote. Assim fui dando os passos para ingressar no seminário. Fui surpreendido quando cheguei na Casa de Nazaré e os irmãos e o Pe Sóstenes já estavam a me esperar. Eu me senti muito acolhido e importante e percebi que ali é o meu lugar. A minha chegada foi uma expectativa para todos. As dificuldades que fui vivendo foi quanto ao ritmo e adaptação aos horários da casa.
A minha experiência como candidato às ordens sacras servindo no Santuário do Pai das Misericórdias tem sido de muita graça. Estar em contato com a liturgia nesse ambiente sagrado, aonde as pessoas procuram este encontro com o Pai, leva-me a ter um zelo maior pela casa de Deus. O momento mais forte para mim na primeira Missa, servindo, foi o da Santa Comunhão. Eu preciso viver a liturgia e não só ‘fazer por fazer’. Eu tenho que servir, mas sabendo que primeiro sou chamado a viver este mistério da Sagrada Eucaristia”.

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“A alegria de fazer a vontade de Deus”

Rafael – “Meu processo de discernimento vocacional se deu na aproximação com a Comunidade Canção Nova e com o Pe. Bruno (na época, o responsável da frente de missão de Cuiabá). Eu via o ritmo de vida dele, como ele se comportava, como era a sua realidade, as celebrações das Missas… Comecei então o serviço na liturgia na Comunidade e saía em missão com o padre. Isso foi me ajudando na minha escolha. Mas o principal ponto de discernimento foi a oração, que me fez deixar Deus derrubar ‘minhas barreiras’ de não me sentir capaz, não me sentir digno. E eu também fui colocando uma série de empecilhos como o medo da solidão e o desejo de ser pai. Porém, vivendo a minha cura interior, eu fui me abrindo e descobrindo o que, de fato, Deus queria de mim, o que Ele já pensava para mim. Cheguei receoso a este novo tempo de seminário mas me sinto muito alegre, com uma realização interior.
O Pe. Sóstenes e o Pe. Gilberto, nossos formadores diretos, tem nos ajudado muito, criando este ambiente de família, de liberdade. Dessa forma, eu me sinto mais acolhido, mais familiarizado. A Comunidade vibra conosco. Isso é muito importante. Nos dedicamos a Deus. Fazemos tudo em oração.
Desejo que este testemunho possa despertar novas vocações, à comunidade, ao sacerdócio. Existe uma alegria que eu toco: a alegria de fazer a vontade de Deus”.

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José Márcio Alves Monteiro Junior, Gustavo Daniel da Silva, Italo do Rosário Thomaz, Rafael Vitto, Kaique Duarte Santos (Foto: arquivo pessoal)

 

“Esperar com paciência e alegria o dia no qual estarei para sempre do outro lado do altar”

Kaique – “O sacerdócio ‘ronda’ minha vida há 6 anos quando eu senti que Deus queria que eu entregasse minha vida a Ele dessa forma, no ano de 2011. Receber a túnica em nossa Missa de acolhida foi uma experiência realmente emocionante. Apesar de parecer pouco tempo, bastante coisa aconteceu durante os últimos seis anos. Errei muito, acertei um pouco. Recordar isso em momentos sublimes com Deus deixa viva em minha consciência a certeza de que não mereço a escolha que Deus fez por mim, não sou digno de tal ministério.
Chegar em Cachoeira Paulista e servir pela primeira vez no Santuário do Pai das Misericórdias foi uma experiência surpreendentemente simples. Não senti nada de extraordinário, não consegui nem mesmo ficar nervoso. Senti-me realmente em casa. Foi como se eu estivesse no meu lugar, onde sempre deveria estar. Por enquanto, continuo do lado do altar, mas a experiência que tenho feito é a de esperar com paciência e alegria o dia no qual estarei para sempre do outro lado do altar”.

“Estar aos pés do Pai como filho”

José Márcio – “Eu estou no meu segundo ano de juniorato (etapa de formação da Comunidade Canção Nova). No ano passado, fui sendo acompanhado pelo Pe. Sóstenes e, no final do ano, eu comecei a dar os passos mais concretos para o ingresso no Seminário. Tive a ajuda do meu formador de casa, Tiago Marcon. Fui aprovado pelo Conselho e foi uma alegria muito grande, porque era algo que já estava no meu coração desde quando iniciei o caminho vocacional na Canção Nova. Nosso Senhor foi se utilizando de uma pedagogia própria durante este tempo de ‘espera’ (pré discipulado, discipulado e 1º ano de juniorato). Defino os primeiros dias na Casa de Nazaré como a novidade de Deus para mim; uma recompensa de Deus pela minha fidelidade, obediência e confiança. Deus me chamou; então Ele mesmo conduziria todas as coisas. Cheguei com muitas expectativas, ansioso. Ainda estou nesta fase de adaptação com a rotina da casa. Fui muito bem acolhido pela equipe de formação, pela Comunidade, pelos meus irmãos de turma. Isso confirmou ainda mais este meu desejo de entrega.
Servir pela primeira vez no Santuário do Pai das Misericórdias no acampamento Revolução Jesus foi uma experiência muito boa: estar aos pés do Pai como filho. O meu coração está cheio de expectativa de que será um ano muito proveitoso. Agradeço por todos que rezaram por mim até aqui. E que o Pai das Misericórdias nos dê a graça da fidelidade neste novo tempo que começa em nossas vidas.”

[Entrevista realizada por Maria Clara Olea, missionária da Comunidade Canção Nova, no dia 18 de janeiro de 2017]

Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!

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