CHAMADO

Eis aqui a serva do Senhor!

“Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra”

“O Anjo do Senhor anunciou a Maria e Ela concebeu do Espírito Santo. ‘Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra!'”

Na resposta de Maria está a completa adesão ao projeto de Deus em sua vida. A gruta do anúncio do arcanjo Gabriel em Nazaré nos introduz no grande mistério da encarnação e do amor de Deus.

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A basílica moderna guarda as ruínas preciosas da “Casa de Maria”, dentre outras evidências de uma longa história de presença cristã. Nazaré — pela qual Cristo foi chamado Nazareno, como também os cristãos foram chamados nos tempos antigos —, já se encontrava inserida no itinerário dos lugares santos proposto por São Jerônimo. Grafites e pinturas deixadas por antigos peregrinos nas paredes comprovam a importância do sim de Maria que atravessou os séculos. Pela gruta venerada passam milhares de peregrinos de todo o mundo.

A adesão total ao projeto de Deus a colocou em caminho. Apenas sabendo da gravidez da sua prima Isabel, Ela foi às pressas, através das montanhas, ao seu encontro; e ali as duas mulheres viveram uma nova experiência de Deus. “Apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lucas 1,39). 

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Maria expressou os mais nobres sentimentos de gratidão a Deus com o canto do Magnificat : “A minha alma engradece o Senhor, e o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. De agora em diante todas as gerações me chamarão bem aventurada. Grandes coisas fez por mim o Onipotente e Santo é o seu nome; de geração em geração se estende a sua misericórdia por aqueles que o temem.  Maria permaneceu com ela cerca de três meses, depois retornou para sua casa”. (Lc 1,46-55)

Maria foi uma constante peregrina. A encontramos em peregrinação quando Jesus ficou perdido no Templo em Jerusalém, e também em Caná da Galileia, quando aconteceu o primeiro milagre de Jesus e Ela diz: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. (João 2.1-11)

Em Jerusalém, a Virgem Maria viveu a sua mais dolorosa experiência. Acompanhou Jesus no percurso da via dolorosa, do lugar da condenação até o Monte Calvário, lugar da crucificação, e ali deu o seu sim, aos pés da Cruz do seu precioso Filho. Existe uma dor maior para uma mãe do que participar de um momento tão cruel como ver o seu filho ser crucificado e manter-se em pé ? Foi Ela quem acolheu o filho nos próprios braços no descimento da Cruz. Momento eternizado nas diversas obras de arte, como a Pietà di Michelangelo e tantos outros. 

“Existe uma dor maior para uma mãe do que participar de um momento tão cruel como ver o seu filho ser crucificado e manter-se em pé?” | Imagem ilustrativa: cancaonova.com

A Virgem do sim também estava no cenáculo, no Dia de Pentecostes, e juntamente com os Apóstolos recebeu o Espírito Santo prometido. 

Segundo uma antiga tradição, a Mãe de Deus morreu em Jerusalém e foi sepultada junto ao Getsêmani. O santuário, hoje sob os cuidados da Igreja ortodoxa, é visitado no Dia da Assunção também por fiéis católicos que fazem memória a “Mãe de Deus”.

“Quando deste à luz, conservaste a tua virgindade; quando te atormentaste, não abandonaste o mundo, oh, Mãe de Deus. Foste assunta da vida, Mãe da Vida, e com as tuas orações livras nossas almas da morte”. Com essas palavras, os cristãos ortodoxos rezam agradecendo a Virgem Maria na festa da Assunção. Também os frades da Custódia e os fiéis de rito latino se unem aos ortodoxos. 

“Nem o túmulo nem a morte puderam acolher a Mãe de Deus… Pois a Mãe da Vida foi assunta por Aquele que fez morada no seu seio virginal”. Essas palavras enriquecem uma antiga tradição surgida em Jerusalém, segunda a qual, Maria, a Mãe de Jesus, morreu na cidade santa e foi sepultada no Getsêmani. Depois de três dias, os apóstolos foram ao túmulo e o encontraram vazio. O destino de glorificação que teve o Filho nos desígnios de Deus estava reservado, em primeiro lugar, à Mãe. Essa fé é a origem do dogma da Assunção da Virgem Maria. 

Lurdinha Nunes
Missionária da Comunidade Canção Nova

 

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