É uma grande responsabilidade escrever sobre fidelidade em um tempo de tantas crises relacionadas a isso. Convenhamos que são poucas as pessoas que realmente acreditam nessa virtude. E talvez por não conseguirmos tocá-la no cotidiano, não sejamos capazes de compreender como o Pai pode ser tão fiel mediante a tantas infidelidades. Pois bem, Ele é!
Desde sempre, a vontade do Pai é que vivamos no amor e na comunhão da Santíssima Trindade. E Ele permanece fiel ao Seu querer, utilizando-se de todas – quase imperceptíveis – oportunidades para que o homem se volte para este fim. Por isso Deus, em Sua infinita bondade, fez uma aliança para com o Seu povo. E este, por sua vez, mergulhado nas próprias misérias, não cumpriu com o prometido.
Diante de tudo isso, o Pai – no ápice de Sua fidelidade – enviou-nos Aquele que seria o exemplo de um homem fiel em todos os sentidos. Fiel aos planos divinos, à humilhação, às bofetadas, às injustiças, às dores e à obediência necessários para a salvação. Revelando-nos – naquilo que nos cabe – a lógica de Deus: nenhum sofrimento deve nos fazer infiéis ao amor.
E mais, o Cristo foi fiel enquanto semelhança de Deus. A sua fidelidade foi concretizada no cuidado com os pobres, na restituição da dignidade de todos que passaram por Ele, no amor que se fez pão, na união com os seus. Já percebeu as tantas vezes que Jesus estava em comunhão? Ele estava sendo fiel à comunhão que todos somos chamados a participar: a Trindade Santa.
A fidelidade do Pai está ainda escancarada a nós na Palavra, no perdão dado infinitas vezes ao povo israelita que experimentava prodígios e milagres, mas logo se esquecia e colocava-se a adorar outros deuses. E nos sofrimentos das consequências do distanciamento de Deus, prometiam voltar a Ele de todo o coração. E tudo se repetia. E continua a se repetir.
A fidelidade desse Deus que é Pai está ainda mais explícita a nós se olharmos para nossa vida. Todos os dias, nós vivemos esse processo de fazer aliança, errar, pedir perdão e ser perdoado. E Deus nos dá uma nova chance.
O Pai é fiel a Sua promessa de nos conceder a dignidade de filhos, merecedores da comunhão eterna com Ele, o Cristo e o Espírito. Que possamos cantar, em nossas dúvidas e questionamentos, e crer como o salmista: “O Senhor se lembra sempre da aliança” (Sl 110).
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Catarina Xavier
Comunidade Canção Nova