Padre Márcio Prado

Frei Galvão, o santo brasileiro

Não se nasce santo, mas vive-se a santidade

O primeiro santo brasileiro nasceu em Guaratinguetá (SP), em 1739. Antônio não nasceu santo, nem frei, mas com o tempo foi se tornando. Seu nome completo: Antônio de Sant’Anna Galvão (Frei Galvão) – nome de batismo que trazia uma grande responsabilidade –, lembrava um outro santo franciscano; trazia ainda uma herança bem sucedida de seus pais ricos e também a principal herança: a fé. Algo muito importante de saber é que ele viveu seu batismo e, por isso, chegou à santidade dos altares.

:: São Frei Galvão, ‘homem de paz e caridade’

“Frei Galvão por onde passou fez o bem!” | Foto ilustrativa: Arquivo CN

Ninguém nasce santo, perfeito, mas nasce por permissão de Deus e querido por Ele. O pequeno Antônio foi educado na fé e foi correspondendo ao batismo que, por sua vez, nos vocaciona à santidade. Antônio viveu o batismo primeiro em casa e, ainda jovem, sentiu o chamado para vida religiosa e entrou para o seminário, a princípio jesuíta e, depois, para os franciscanos.  

Por causa de sua inteligência e progresso nos estudos, logo fez a sua profissão na ordem dos frades menores e, depois de pouco tempo, recebeu a ordenação sacerdotal. Desempenhou várias funções como frade: porteiro (pela facilidade na comunicação), confessor e pregador.  

Ele foi confessor numa casa de Recolhimento e enfrentou resistências, pois o governo queria fechá-la, mas com a pressão popular e ajuda do bispo, a casa de Recolhimento se manteve aberta. Esta casa é o Mosteiro da Luz, na cidade de São Paulo, onde Frei Galvão foi também arquiteto.

Curiosidades do Frei

Há muitas histórias de milagres relacionadas ao Frei Galvão. Uma das mais famosas diz respeito às pílulas. Frei Galvão costumava visitar doentes e grávidas. Certa vez, um homem o procurou, pois sua mulher estava com dificuldades no parto. O frei escreveu um trecho do ofício da Imaculada em três pequenos papéis, o esposo deu-o à sua mulher que teve a criança num parto normal.

Frei Galvão viveu e anunciou Jesus Cristo, “honrou” o nome Antônio como pregador e realizador de grandes feitos. Foi fiel ao pai São Francisco de Assis e à sua ordem religiosa. Frei Galvão por onde passou fez o bem! Ele morreu em 23 de dezembro de 1822.

Que a vida de Frei Galvão possa nos despertar para viver o batismo. Onde quer que nós estejamos, vivamos a santidade nas coisas mais simples da vida. Comemorar Santo Antônio de Sant’Anna Galvão é responder ao chamado de Cristo, é santificar as realidades com que se depara, é ser um bom porteiro, um bom sacerdote, um bom arquiteto, um bom cristão que apenas vive o que deveria viver. Vivamos o batismo e seremos também santos!

        

Padre Marcio Prado 
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

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