UMA RESPOSTA DE FÉ

Sempre e em tudo um olhar de esperança

Qual é a resposta que cada um de nós pode dar diante da crise mundial decorrente da pandemia da Covid-19, que, além da tristeza e desesperança pela emergência sanitária em si, carrega também graves consequências econômicas e sociais? Eu me pergunto: qual será o sentido da ‘nova normalidade’ de que tanto se fala? O que ficará em cada um de nós depois desta crise global? Será apenas um terrível pesadelo ou, ao contrário, deixará algo de positivo em muitas pessoas, na organização das sociedades? A ‘nova normalidade’ trará realmente alguma coisa nova, mudará algumas realidades para melhor? Não sei o que nos espera, mas sinto que há um caminho que poderíamos percorrer como cristãos e que nos faria muito bem, oferecendo nossa humilde contribuição e a nossa humilde ajuda aos outros.

Podemos esperar em Deus e dar aos nossos irmãos o testemunho de alguém que realmente espera e confia em Deus. A esperança é algo que faz parte da essência do ser humano, no sentido de que sempre almejamos algo além do atual. Somos “movidos” pela esperança, ou seja, a esperança deve nos colocar em movimento. Mesmo neste mundo com tanta expressão de desamor e desesperança pode-se viver com uma atitude diferente. Devemos viver movidos por um dinamismo que leva a buscar a vida, a tentar fazer o melhor, a concentrar-se no viver de amor e de serviço, a trabalhar sob o dinamismo da esperança.

Foto: Ass. Comunicação Santuário do Pai das Misericórdias

O sustentáculo para essa concepção de esperança está no Evangelho como bem afirmou o Reitor-Mor dos salesianos na sua estreia de 2021:

 

A esperança cristã é histórica e tem sua base na profunda confiança em Deus, o Deus de Jesus Cristo, que jamais abandona o seu povo e está sempre com ele. É uma esperança que vai além de tudo que possa satisfazer as expectativas humanas relacionadas com o ‘aqui e agora’, este momento presente, sustentado apenas pelos recursos pessoais ou pelos meios humanos e materiais à nossa disposição. A esperança de que estamos a falar fundamenta-se na promessa de Deus, que é o seu melhor fiador”.

 

 

 

Assim firmados em Deus, com olhar fixo Nele podemos confiar: Deus não nos abandona, ele caminha conosco, vê nossas dores e lágrimas.

Somos chamados a sair do individualismo crescente para uma maior solidariedade e fraternidade. A pandemia da Covid-19 mostrou o quanto todos nós somos frágeis e dependentes uns dos outros, sendo a solidariedade, como afirma o Papa Francisco, a maior vitória sobre a solidão. É urgente, como cristãos, passar do isolamento à cultura do encontro; não o encontro formal de estar no mesmo ambiente de outras pessoas, mas em uma cultura de empatia e proximidade com os outros. Que a Virgem Maria que soube sair de si para ajudar Isabel nos ajude neste caminho para uma verdadeira cultura do encontro e assim proclamar que sempre e em tudo é possível um olhar de esperança.

Deus abençoe você! 

Vera Lúcia Reis
Comunidade Canção Nova

 

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