No banquete da Santa Missa está o único alimento capaz de saciar a fome da nossa alma
“Enquanto estavam comendo, Jesus tomou o pão e pronunciou a bênção, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo: ‘Tomai e comei, isto é o meu corpo’. E, tomando na mão o cálice, deu graças e passou-o a eles, dizendo: ‘Bebei dele todos, pois este é o meu sangue da nova aliança, que é derramado em favor de muitos, para o perdão dos pecados’” ¹Vemos aqui a narrativa da Noite Santa em que Jesus instituiu a Eucaristia estando reunido com os seus apóstolos e os enviando a celebrar este mistério. Desde então — já há mais de dois mil anos —, nós comungamos do Corpo e do Sangue do Senhor que se dá em alimento. É sobre este mistério que iremos meditar.
:: São Pio e o mundo sobrenatural
Antes de mais nada, podemos nos perguntar: o que é a Missa? A essa questão nos responde o Catecismo da Igreja Católica: “A Missa é, ao mesmo tempo e inseparavelmente, o memorial sacrificial em que se perpetua o sacrifício da cruz e o banquete sagrado da comunhão do corpo e sangue do Senhor”.2 A esse respeito, nos ensinava o saudoso Dom Henrique Soares: “A Missa é a presentificação do Sacrifício de Cristo na Cruz em forma de ceia”. Portanto, todas as vezes que um padre celebra a Santa Missa, ainda que numa paróquia simples, ainda que em um lugar distante, ainda que que tenham poucos fiéis na celebração, independente de tudo isso, todas as vezes que um padre celebra a Santa Missa, torna-se presente o Sacrifício Redentor de Cristo na Cruz. Deste modo, concluímos que a Missa é a presentificação do sacrifício de Cristo na Cruz e que este sacrifício tem a forma de Ceia.
Portanto, podemos nos referir à Missa como um banquete: banquete da Eucaristia e banquete da Palavra. Neste banquete, nos alimentamos da Palavra de Deus, por meio do escritos dos profetas, dos salmos, das cartas, dos evangelhos, e ainda nos alimentamos da homilia que nos exorta a acolher de forma verdadeira a Palavra de Deus.
Em relação ao banquete da Eucaristia, lemos no Catecismo: “Receber a Eucaristia na comunhão traz como fruto principal a união íntima com Cristo Jesus, pois o Senhor diz: ‘Quem se alimenta com a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele’ (Jo 6,56). A vida em Cristo tem seu fundamento no banquete eucarístico: ‘Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por meio do Pai, assim aquele que de mim se alimenta viverá por meio de mim” (Jo 6,57).3
Palavra e Eucaristia
Na Santa Missa: banquete da Palavra e da Eucaristia, encontramos o verdadeiro alimento, o único alimento capaz de trazer a verdadeira Vida, como diz Jesus: “Os vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. Aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer” (Jo 6, 49-50). Jesus diz ainda: “Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Com efeito, minha carne é a verdadeira comida e meu sangue a verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim, e eu nele” (Jo 6, 53-56).
Leia mais:
:: Setembro, mês de aprofunda-se na Palavra de Deus!
:: O sentido da água benta
:: Dentro de casa, estou sendo misericórdia?
Qualquer alimento que comemos sacia a nossa fome temporariamente, mas duas coisas são certas: a primeira é que voltaremos a sentir fome e a segunda é que morreremos, mesmo que estejamos saciados com o alimento perecível.
Entretanto, Jesus está nos oferecendo um alimento que é capaz de nos unir a Ele, que tem poder para nos dar a Vida Eterna. No banquete da Santa Missa, encontramos este alimento que é o próprio Cristo, alimento este que é a sua carne e o seu sangue. Jesus é categórico em afirmar que comer desse banquete é condição indispensável para obter a Vida Eterna. Nenhum banquete deste mundo, por mais que seja fascinante, pode saciar a fome da nossa alma.
O banquete
No banquete da Santa Missa está o único alimento capaz de saciar a fome da nossa alma. Por esse motivo, devemos abandonar tudo o que é empecilho para participarmos do banquete da verdadeira comida e da verdadeira bebida.
Talvez, como o filho pródigo, você esteja hoje buscando saciar a sua fome com a comida dos porcos, mas nem isso está sendo dado a você. Hoje você é chamado a voltar para a casa do Pai, pois Ele tem preparado para você um verdadeiro banquete. A única condição para isso é que você, como o filho da parábola, caia em si, abandone o pecado e retorne para casa.
O maior empecilho para você participar deste banquete é o pecado. Não perca mais tempo, procure um padre, se confesse e volte a participar do verdadeiro banquete, que é o único que pode lhe dar a Vida Eterna.
REFERÊNCIAS:
1 Mt 26, 26-28.
2 Catecismo da Igreja Católica nº 1382.
3 Catecismo da Igreja Católica nº 1391.