“Onde abundou o pecado, superabundou a graça”, foi o que disse São Paulo em sua carta aos Romanos. O ser humano, todos os dias, se tiver docilidade de coração, toca nesta verdade. O menor desejo de arrependimento é prerrogativa para que o amor de Deus o perdoe. Esta frase torna-se ainda mais forte quando é lida na perspectiva de seu próprio autor.
Saulo era um homem arrogante e crente das “verdades” que trazia consigo. É impossível não pensar no conflito interior que Paulo deve ter vivido quando descobriu, não só que estava errado, como perseguia Aquele que é, em si, a própria verdade. Provavelmente, a sua criação e a cultura da época mais facilmente levariam-no a acreditar que havia de ser punido pelo mal cometido.
Ao contrário do que poderia ter pensado, São Paulo deixou-se, verdadeiramente, ser transformado pelo encontro que teve com o Cristo. Não é fácil encontrar-se com Jesus estando cheio de pecados. E seria ainda mais frustrante permanecer numa caminhada com Ele e se perceber sempre em luta, porém, também em pecado. Eu acredito que a grande guinada na vida do homem está quando ele se decide por essa verdade: “Deus é maior que o meu pecado!”.
Existe uma música que eu gosto muito que diz mais ou menos assim: “Dizem ser impossível salvar a alma de um pecador, mas meu Senhor diz ao pródigo: ‘Vem! Você é bem-vindo em casa”. E é esta a verdade que deve habitar em cada pessoa. Sim, habitar, fazer morada, permanecer.
Não existe liberdade maior que viver sabendo que o pecado é horrível, destrutivo, ofensivo, sim, pequeno perto da grandiosidade de ser um filho de Deus, de ser tratado com uma misericórdia que triunfa sobre todo julgamento. O próprio arrependimento é fruto de temer a bondade de Deus. Quem ousaria machucar tão perfeito e inteiro amor?
Meu irmão e minha irmã, eu desejo, do fundo do meu coração, que você acolha no seu coração o amor de Deus. Eu sei, não é tão simples assim na prática. Mas, posso dizer? Tenho certeza de que, para São Paulo e para tantos santos, também não foi fácil. Não seria justo, entretanto, desistir d’Aquele que é maior e bem maior que todos os meus e os seus pecados. E como diz o fundador da Canção Nova, Monsenhor Jonas Abib, “todos, são todos!”.
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Tempos difíceis não são tempos de graças?
Aquele que ama Deus verdadeiramente nunca desiste!
Eu vivo de misericórdia
É um grande benefício afastar-nos do pecado
Os três desejos que o convertido precisa ter no coração
Catarina Xavier
Comunidade Canção Nova