Caro leitor, neste breve artigo, iniciaremos uma série sobre os sacramentos da Igreja Católica. Começaremos, por assim dizer, com o sacramento da iniciação e de abertura aos demais sacramentos, que é o Batismo.
De maneira geral, os sacramentos “são ações do próprio Cristo que difunde a graça do chefe divino nos membros do Corpo místico. São ações ou gestos de Cristo não somente porque por Ele foram instituídos, mas, sobretudo, porque opera Ele em cada um” (BARTMANN, 1962). Assim, podemos entender a importância e a necessidade dos sacramentos na vida da Igreja. É o próprio Cristo que se manifesta e atua em cada cristão.
O Catecismo da Igreja Católica define sacramento como: “Os Sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Jesus Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis sob os quais os Sacramentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada sacramento. Produzem fruto naqueles que os recebem com as disposições exigidas” (§1131).
Os sacramentos servem para a santificação do povo de Deus, assim, edificam a Igreja, Corpo místico Cristo. Daí, com o passar do tempo, com a definição, importância e papel dos sacramentos, a Igreja, no Concílio de Trento, define o número de sacramentos como sendo sete, a saber: Batismo, Eucaristia, Crisma, Unção dos Enfermos, Ordem, Matrimônio e Reconciliação.
“Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (cf. Mt, 28,20).
O primeiro sacramento, assim conhecido como Batismo, é o fundamento de toda a vida cristã e a porta de acesso aos demais sacramentos. O Batismo nos livra do pecado e regenerados como filhos de Deus. O nome Batismo vem da maneira que ele acontece, do grego que significa “mergulhar”, “imergir”. O batizando é mergulhado na água, simbolizando a sua sepultura e, logo em seguida, o renascimento para Cristo como nova criatura.
O sacramento do Batismo tem origem no momento em que o próprio Jesus ordena de que houvesse o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf. Mt 28,19). Unido ao efeito do Batismo no cristão, que é a regeneração espiritual e a admissão ao Reino de Deus, vem acompanhado de uma promessa do Senhor: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (cf. Mt, 28,20).
O Batismo, por desejo divino, é absolutamente necessário a todos os homens para a salvação. O batizado recebe um símbolo espiritual indelével, que o torna para sempre marcado por Deus. Assim, lembrar dessa graça e tomar consciência dela, gera um impulso a viver como filhos no seguimento de Cristo, sustentados e guiados pelo Espírito Santo na comunhão fraterna da Igreja (FORTE, 2013).
:: Batizados e enviados para a missão
Têm-se como efeitos do Batismo, frutos curativos e santificantes, que ocorrem na remissão total da pena temporal e eterna. O efeito santificante se dá pelo Espírito Santo que habita na alma do batizado. Desta forma, Deus concede a graça santificante ao membro batizado. O Papa Francisco nos recorda que, o Batismo permite que Cristo viva em nós e que nós vivamos unidos a Ele, para colaborar na Igreja, cada um segundo o seu próprio carisma.
:: Não consigo rezar, e agora?
É importante lembrar que: o próprio Senhor quis ser batizado, acontecendo assim, João batiza o autor do Batismo, como podemos ler: “Nesse tempo, veio Jesus da Galileia ao Jordão até João, a fim de ser batizado por ele. […] Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (cf. Mt 3,13.17).
Fábio Nunes
Seminarista da Canção Nova
Fontes:
BARTMANN, Bernardo. Teologia Dogmática: sacramentos – escatologia. São Paulo: Paulinas, 1962.
BÍBLIA de Jerusalém. 5. ed. São Paulo: Paulus, 2008.
CATECISMO da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2000.
FORTE, Bruno. Breve Introdução aos Sacramentos. Tradução Antonio Efro Feltrin. São Paulo: Paulinas, 2013.