Há 50 anos a Igreja no Brasil tem vivenciado o Mês da Bíblia como um momento importante de reflexão sobre as sagradas escrituras. Para progredir na vida cristã é essencial ler a Palavra de Deus. É necessário fazer a experiência com Jesus Palavra, pois seus ensinamentos são vida. E neste mês, dedicado à Bíblia, somos convidados a ler a Carta de São Paulo aos Gálatas. Para uma melhor compreensão é importante entender a teologia do texto sagrado. Seguindo a reflexão de Alberto Casalegno, doutor em teologia bíblia, apresentaremos os quatro termos básicos da carta aos Gálatas.
1- Justificação
É a vida em relação com Deus no âmbito da Aliança. Vive-se uma amizade com Deus, aceitando a intervenção salvadora de Deus em Jesus Cristo, sem pensar em se tornar justo perante Deus com seus próprios esforços. Não se justifica pelas obras da Lei (2,16b).
2- Fé
É a aceitação do Cristo pascal reconhecido como salvador (2,21) na certeza de que Deus, por meio dele, justifica e salva. A eficácia salvadora da fé manifesta-se já a partir de Abraão (3.6-9). Se ela é a única dimensão necessária para que a Promessa de Deus se realize (3.15-18), a fé caracteriza a economia salvífica definitiva, a da maior idade da humanidade (4,1-10), na qual são dados ao ser humano o dom da filiação e a experiência direta da atuação do Espírito Santo (4.6).
3- Lei
Trata-se da legislação mosaica. Na carta, ela é como uma instituição provisória, acrescentada em vista das transgressões humanas (3,19), “até que viesse a descendência, a quem fora feita a Promessa”. Por isso ela deve permanecer só até a chegada dos verdadeiros herdeiros da Promessa, que são Cristo e os cristãos. A Lei é o simples “pedagogo” até a vinda de Cristo (3,24). Com sua chegada, todos os fiéis batizados são justificados pela fé.
4- Liberdade
Negando a circuncisão e as outras práticas da Lei, o cristão se coloca num regime de liberdade. Ele reconhece que os bens espirituais que Cristo proporciona à humanidade são totalmente gratuitos. Os gálatas, libertos por Cristo das exigências da legislação mosaica, devem, porém, cuidar para que sua liberdade não se transforme em libertinagem, aceitando os impulsos da carne e do egoísmo (5,13-15).
Em contrapartida, procurem colocar-se a serviço dos irmãos com generosidade, observando na perfeição o preceito da caridade (5,14). O fruto do Espírito é, pois, “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio” (5,22).
Ricardo Cordeiro
Seminarista Canção Nova
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