Ao longo da história, muitos artistas imaginaram e registraram em telas e por meio de esculturas o rosto de Deus Pai. É o caso de Michelangelo com o seu famoso afresco “A criação de Adão” pintado no interior da capela Sistina, como também a obra de Melchiorre Caffa que esculpiu, em mármore, o rosto de Deus Pai. Obra que se encontra na Basílica de Santo Agostinho, em Roma.
Até mesmo o nosso Santuário do Pai das Misericórdias possui um mosaico, cujo desenho alude à pessoa de Deus Pai. Trata-se de uma representação artístico-espiritual inspirada naquela linda passagem do Evangelho que narra o retorno do filho pródigo para a casa de seu pai (cf. LC 15,11-32). Enfim, Deus Pai foi imaginado de muitas maneiras ao longo dos séculos.
Porém, a representação (se é que essa seria uma palavra adequada) mais sublime e perfeita de Deus Pai, que possa ter existido na face da Terra, é a própria pessoa do Cristo, o filho unigênito de Deus. Jesus, portanto, é o fidelíssimo rosto do Deus visível que todos nós, os seres humanos, tivemos a inestimável graça de contemplar. Portanto, Deus revelou o seu verdadeiro rosto por meio de Jesus.
Em certa oportunidade, quando Jesus havia comunicado aos seus discípulos que voltaria para o Pai, Felipe o interpelou e pediu: “Senhor, mostra-nos o Pai” (Jo 14,8). O desenvolvimento desta passagem e a entonação da resposta de Jesus dá margem para pensar que o Mestre ficou incomodado e, até mesmo, aborrecido com tal pedido. É possível imaginar que, depois de um suspiro de fadiga, quase de reprovação, Jesus respondeu a ele: “Estou convosco a tanto tempo, Filipe, e, entretendo, não me conheceste? Aquele que me viu, esse viu o Pai” (Jo 14,9). E a conversa continua mostrando a perfeita união entre Jesus e o Pai.
O desdobramento desse acontecimento específico narrado pelo evangelista João mostra que toda a vida de Jesus é a mais genuína revelação do Pai: suas palavras, seus atos, seu sofrimento, suas obras, sua maneira de ser e de falar (cf. CIC 516). Portanto, Jesus é o único na face da terra que poderia dizer com toda autoridade esta extraordinária frase: “Quem me vê, vê o Pai”.
Sabemos que o nosso rosto pode exprimir diversas feições, ora agradável e angelical, ora tensa e pesada. Cabe, então, perguntar: “Se Jesus é o rosto do Pai, qual feição mais Jesus devia transmitir?”. Sem nenhum receio de incorrer em equívocos, a resposta seria: “a feição da misericórdia”. Jesus olhava com misericórdia, falava com misericórdia e também agia como tal. Por isso, o Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 545, afirma que Jesus convida a todos os pecadores para a mesa do Reino e apresenta a cada um deles a misericórdia sem limites do Seu Pai.
É, portanto, infinita a misericórdia de Deus. Ele não abandonou nem abandona ninguém, nem o pior dos pecadores. Nem tudo está perdido, aliás, nada está perdido. Enquanto há vida, a esperança subsiste, ou seja, é sempre possível retornar para o coração do Pai das Misericórdias. Ele está sempre à nossa espera. Basta, apenas, que tomemos o caminho de volta para casa.
Portanto, se você se encontra distante da casa do Pai, Ele está lá, esperando para ver e para reencontrar você. Não deixe para amanhã, volte hoje mesmo para a casa do Pai!
Deus abençoe você e até a próxima!
Gleidson Carvalho / (Instagram: @cngleidson)
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