PROF. FELIPE AQUINO

Dicas para ser um bom pregador da Palavra de Deus

O que é preciso para ser um bom pregador?

Sem dúvida, este é um ministério, um serviço no Reino de Deus que Ele mesmo nos chama a exercer. Jesus disse aos Apóstolos na Santa Ceia: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constitui para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça” (João 15,16).

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À medida em que vamos exercendo esse ministério na Igreja, com sinceridade, reta intenção, sem orgulho nem vaidade, apenas com o desejo de levar Jesus às pessoas, Deus mesmo vai nos capacitando como disse São Paulo. “Por ela o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra” (2 Tm 3,17).

Deixo aqui algumas recomendações para quem já é pregador ou deseja sê-lo: 

1 – Um bom conhecimento da Sagrada Escritura segundo a interpretação da Igreja. “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça” (2 Tm 3,16). A Palavra de Deus é a base de toda pregação, por isso o pregador deve ter intimidade com ela. 

2 – Uma vida de oração, de intimidade com Deus. Não é o pregador quem toca as pessoas, é Deus, através do Espírito Santo, e isso só acontece quando temos vida interior. O grande monge dom Jean Batiste Chautard, no seu livro ‘A alma de todo apostolado’, ensina que sem isso a pregação é vazia, inócua e não muda as pessoas. Ele diz que devemos “buscar mais o Deus das obras do que as obras de Deus”. Santo Agostinho diz: “É preciso falar com Deus mais do que falar de Deus”. Um bispo da Cochinchina disse uma vez: “Dez carmelitas a rezar me valem mais do que vinte missionários a pregar”. Antes de cada pregação, é preciso rezar, implorar a luz do Espírito Santo, a intercessão de Nossa Senhora, dos anjos e dos santos, certos de que é Deus “quem opera em nós o querer e o fazer” (Fil 2,13). São Agostinho diz: “Uma unção para cada missão”. É preciso pedir essa unção.

3 – Bom Conhecimento da Doutrina católica, sobretudo do Catecismo. Quando aprovou o Catecismo, o Papa São João Paulo II disse, na Constituição Apostólica Fidei Depositum (O depósito da fé):

“Peço que o usem assiduamente ao cumprirem a sua missão de anunciar a fé e de apelar para a vida evangélica. Este Catecismo lhes é dado a fim de que sirva como texto de referência, seguro e autêntico, para o ensino da Doutrina Católica”. “O Catecismo da Igreja Católica é oferecido a todo o homem que nos pergunte a razão da nossa esperança (cf. 1Pd 3,15) e queira conhecer aquilo em que a Igreja Católica crê”. 

Usando o Catecismo “assiduamente”, como disse o Papa, não caímos no perigo do tão comum relativismo religioso e moral dos nossos dias.

4 – Ser humilde, jamais se orgulhar de uma pregação bem feita e dos elogios recebidos; tudo é graça de Deus e toda honra só cabe a Ele. Santa Catarina de Sena dizia: “Não seja ladrão da glória de Deus”. E São Paulo nos pergunta: “O que há de superior em ti? Que é que possuis que não tenhas recebido? E se o recebeste, por que te glorias, como se o não tivesses recebido?” (1 Cor 4,7).

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5 – Estar preparado para o “Combate espiritual”. O demônio faz o que pode para atrapalhar o trabalho missionário com todo tipo de tribulações: doenças, acidentes, problemas familiares etc. Lembre-se sempre disso:

 “Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus.” (Eclo 2,1-4)

6 – Ter sempre “reta intenção”, isto é, pregar só por amor a Deus e pelas almas, sem segundas intenções: elogios, compensações de dinheiro ou de presentes etc. Certamente, o missionário que vive exclusivamente do trabalho missionário tem direito a receber o necessário para sua subsistência. 

“Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Col 3,17). “Tudo o que fizerdes, fazei-o de bom coração, como para o Senhor e não para os homens, certos de que recebereis, como recompensa, a herança das mãos do Senhor. Servi a Cristo, Senhor” (Col 3,23-24).

7 – Viva aquilo que você prega, procure imitar Jesus em sua vida o quanto for possível. São Gregório Magno dizia que há uma lei para quem prega: “Viver segundo aquilo que prega”.

 

 

 

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