A vida pública de Jesus é marcada por muitos acontecimentos. Dentre eles, podemos destacar os diversos chamados que Jesus fez para que alguns pudessem segui-Lo mais de perto. É o caso de Pedro, André, Filipe, Tiago, Levi etc. Esses foram escolhidos para trilhar com Jesus um caminho de discipulado em que o próprio Jesus era o Mestre. Por trás disso existe a grande beleza de seguir Jesus, mas exige-se de quem segue a renúncia.
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Jesus falou aos discípulos e a multidão: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me; pois quem quiser salvar sua vida a perderá; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, a salvará.” (Mc 8, 34-35). Seguir a Jesus não é um status. Seguir a Jesus é exigente, porque nos leva a renunciar. Não se pode falar de discipulado sem falar da necessidade de “abrir mão” de muitas coisas por causa de Jesus. Inclusive coisas boas. É preciso ser amigo de Deus para, constantemente, ouvir os Seus apelos.
O discípulo é aquele que caminha mais perto e que tem a missão de parecer mais com o seu Mestre. Todo aquele que é vocacionado, chamado a seguir a Jesus mais de perto, precisa estar consciente de que a sua vida está caminhando para uma configuração. As palavras de São Paulo quando diz “Já não sou eu quem vivo é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20) não são palavras bonitas, mas é o testemunho de uma vida que soube em tudo seguir a Cristo. Uma vida que deu tudo para que, no fim de tudo, pudesse ser digna de estar na presença de Cristo para toda a eternidade. Engana-se, contudo, quem pensa que este caminho é fácil. Seguir a Jesus é exigente, mas não é impossível.
Santo Agostinho foi feliz ao expressar a sua vocação com as palavras: “Senhor, é duro Te seguir, mas é impossível Te deixar.” É a mais pura verdade! Não seremos isentos de dificuldades, problemas ou sofrimentos por causa de Cristo. Pelo contrário, seremos cumulados de situações que exigirão de nós respostas de santidade. Basta olhar para a vida dos apóstolos. Todos, exceto João, morreram mártires. Morreram dando o sangue por Jesus.
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Hoje, ser discípulo de Jesus no mundo está se tornando cada vez mais difícil. Por um lado, temos muitos cristãos que têm vergonha da sua fé, que não a vivem com coerência, que não são testemunhas, que são levados por uma idolatria do “eu” e criam a sua própria religião; por outro, encontramos um mundo que se torna cada vez mais intolerante e perseguidor dos cristãos por meio de leis imorais, mundanização, secularismo, promoção da promiscuidade, da imoralidade etc. Diante de um caos como esse, surge-nos uma pergunta: Onde estão os discípulos de Cristo que são capazes de dar a vida por causa d’Ele?
Papa Bento XVI, no início do seu ministério petrino, alertou-nos para uma “ditadura do relativismo” e, posteriormente, para um “martírio da ridicularização”. Ele nos mostrou que estamos diante de um mundo que, cada vez mais, sufoca o ser cristão, por isso a necessidade de reais discípulos, que estejam dispostos a sofrer as exigências do discipulado por amor a Cristo, é cada vez maior. Seguir a Jesus é sair do comodismo e viver com coerência tudo o que Ele nos ensinou no Evangelho e por meio da Igreja. Não se pode seguir a Jesus se não houver disposição para enfrentar tudo que vier pela frente. Não podemos seguir a Jesus como cristãos frouxos ou relativistas. Precisamos olhar novamente para os apóstolos, para os mártires, para os santos, e empenhar a nossa vida na luta pela fidelidade ao Senhor. Hoje, Jesus me pergunta e te pergunta: “Posso contar com você?” Qual será a sua resposta?
Reze e responda ao Senhor! Fale a Ele das reais disposições do seu coração para segui-Lo.
Deus o abençoe!