REFLITA

O Pai procura adoradores

Uma vida de adoração nos faz santos

No Evangelho de Lucas, diante da tentação do demônio, Jesus, citando Deuteronômio (6,13), disse: “Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele prestarás culto” (Lc. 4,8). “A adoração é o primeiro ato da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-Lo como Deus, como Criador e Salvador, o Senhor é o Dono de tudo o que existe.”¹  “Assim, a adoração é a primeira atitude do homem que se reconhece criatura diante do seu Criador, que exalta a grandeza do Senhor que nos fez e a onipotência do Salvador que nos liberta do mal.”²

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A Solenidade de Corpus Christi é uma celebração dedicada à adoração do Corpo de Cristo no Santíssimo Sacramento. Papa Bento XVI, em uma catequese que falava sobre a Santa Juliana de Liège, religiosa  agostiniana da Bélgica, explicou que a Solenidade de Corpus Christi é uma festa “para aumentar a fé, prosperar na prática das virtudes e reparar as ofensas ao Santíssimo Sacramento”.³

“A adoração ao Santíssimo Sacramento é “fonte inesgotável de santidade.” | Foto ilustrativa: cancaonova.com

Na Eucaristia, Jesus está presente entre nós. Ele é o Emanuel, isto é, o “Deus Conosco” (Mt. 1,23). Na Eucaristia, Jesus está  presente com Seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade. É por essa razão que os santos procuravam, com insistência, ocasiões para estar na presença de Jesus. As visitas eucarísticas, as horas de adoração, o tempo de oração junto ao sacrário eram a paixão dos santos. 

Santa Teresa de Calcutá dizia que “o tempo que você gasta com Jesus no Santíssimo Sacramento é o melhor momento que você vai gastar na Terra. Cada momento que você passa com Jesus vai aprofundar a sua união com Ele e vai ajudar a trazer uma paz duradoura na Terra”.

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Ao falar da adoração a Jesus, Santo Afonso de Ligório afirmava que “entre todas as devoções, depois de receber os sacramentos, de adorar Jesus no Santíssimo Sacramento ocupa o primeiro lugar, é a mais agradável a Deus e a mais útil para nós mesmos”. O religioso também dizia que, “em quinze minutos de oração gastos na presença do Santíssimo Sacramento, você talvez ganhe mais do que em todos os outros exercícios espirituais do dia”.

Na Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, São João Paulo II resumiu a fé católica ao afirmar que “a Igreja vive da Eucaristia”. Ela é a fonte e o centro da vida cristã, conforme nos ensina o Concílio Vaticano II. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, que é o próprio Cristo, que quis permanecer conosco nas espécies do pão e do vinho. Ainda de acordo com São João Paulo II, a adoração ao Santíssimo Sacramento é “fonte inesgotável de santidade”.

Santa Teresa de Ávila dizia que “não havia meio melhor para se chegar à perfeição. Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu estão diante da Essência Divina”. Já a mística italiana, Santa Gemma Galgani, dizia que, no Paraíso, agradeceria a Jesus pelo Dom da Eucaristia feita aos homens.

São Pedro Julião Eymard, sacerdote francês que pregava muito sobre a Eucaristia, fundou a Congregação do Santíssimo Sacramento, ordem religiosa que se dedicou inteiramente à instituição da adoração perpétua. Suas pregações eram como um fogo eucarístico que tocava e abrasava os corações de amor por Jesus. O Apóstolo da Eucaristia dizia que “a Eucaristia é a suprema manifestação do amor de Jesus: Depois dela, nada há mais, senão o céu”. “Se não amam a Nosso Senhor na Eucaristia, é porque não o conhecem  bastante.”

Por fim, Santo Afonso de Ligório, doutor zelosíssimo e fundador da Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas), nos exortou dizendo: “Você pode ter a certeza de que, de todos os momentos da sua vida, o tempo que você passa diante do sacramento divino será aquele que lhe dará mais força durante a vida, mais consolo na hora da sua morte e durante a eternidade.”

Agora, cabe a nós, como Igreja, colocar em prática o que os Escritos Sagrados e os santos nos ensinam: “Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. E são estes os adoradores que o Pai procura” (Jo 4,23). 

1 – Catecismo da Igreja católica nº 2096.
2 – Catecismo da Igreja católica nº 2628.
3 – Papa Bento XVI. Audiência Geral. Quarta-feira, 17 de novembro de 2010.

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