A Igreja ensina que “os frutos do Espírito são perfeições que o Espírito Santo forma em nós como primícias da glória eterna” (CIC 1832). Eles nos levam para Deus e opõem-se às obras da carne. São Paulo pontua que “o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio” (Gl 5,22). Vejamos cada fruto:
O fruto do amor nos leva a consolar, compreender e amar nosso próximo, porque “Deus é amor” (1Jo 4,16) e nos ensina a amar. Este fruto do Espírito é força para vivermos o bem, já que sem caridade nada poderíamos. Pois, “ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse a caridade, nada seria” (1Cor 13,2).
O fruto da alegria gerado em nosso interior pelo Espírito Santo gera constante desejo de cantar louvores ao Senhor, de glorificá-lo por tudo e em tudo. Jesus disse: “A minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15,11). Essa alegria verdadeira é força contra toda tristeza.
O fruto da paz nos concede a tranquilidade em meio às tribulações, retira o medo do coração, favorece o silêncio que leva a escutar Deus e pacifica o nosso interior. Jesus diz: “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14,27).
O fruto da longanimidade é a profunda paciência consigo mesmo e com a caminhada e crescimento de cada pessoa. Este fruto ajuda a compreender melhor a vida e não se irritar com tanta facilidade. Santa Teresa D’Ávila ensina: “Nada te perturbe, nada te amedronte, tudo passa, a paciência tudo alcança”.
O fruto da benignidade é a atitude de acolhimento, solidariedade e doação ao próximo. Ele nos afasta do egoísmo e da busca excessiva do próprio conforto. Este fruto desperta para a urgência de ajudar o próximo.
O fruto da bondade nos leva a dar graças ao Senhor, porque Ele é bom (cf. Sl 136,1). Com isso, ao experimentarmos a bondade de Deus, sentimos a necessidade de manifestá-la para com os irmãos. Para viver bem este fruto, é preciso apartar-se do mal e agir bem (cf. Sl 34,15).
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O fruto da fidelidade é a decisão certa de perseverar. Ele nos faz ser mais fiéis aos compromissos e deveres com Deus e o próximo. É uma fidelidade que leva para eternidade. Como está no livro do Apocalipse: “Mostra-te fiel até a morte, e Eu te darei a coroa da vida” (Ap 2,l0).
O fruto da mansidão é a docilidade no modo de pensar, olhar, falar, agir, acolher, exortar e ensinar. É uma forma afável no trato com os irmãos e irmãs. O exemplo a ser seguido é Jesus, que diz: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29).
O fruto do autodomínio nos leva a controlar nossos comportamentos e atitudes. Essa temperança nos modera em todos os aspectos e liberta-nos das escravidões, dos vícios e atos maus. Este fruto traz disciplina e clareza no caminho de santidade.
Portanto, “os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com suas paixões e seus desejos” (Gl 5,24). Pois “se vivemos pelo Espírito, pelo Espírito pautemos também nossa conduta” (Gl 5,25).