EM 2022

Olhemos para o próximo ano com esperança

Só o nosso Deus conhece o passado de todos e molda o futuro

Na Roma Antiga, acreditava-se em um deus pagão chamado Janus. Era a convicção do povo de que Janus tinha duas faces e que ele era capaz de ver o início e o fim de todas as coisas. No que parece uma tentativa de imitar a soberania de nosso Deus, os antigos adoradores de Janus mantiveram sua convicção sobre a capacidade dele de olhar para o passado e também para o futuro. Hoje não mais cultua-se o deus Janus, no entanto, esta época é marcada por inúmeras superstições utilizadas pelas pessoas que erroneamente acreditam ser capazes de, com atos considerados pecaminosos pela Igreja, interferirem no curso do tempo e dos acontecimentos na vida delas.

“Não tenha medo de entrar no próximo ano. Os desafios serão grandes, mas a dificuldade, o medo, o fracasso não prevalecerão, porque o Senhor está contigo.” | Foto ilustrativa: cancaonova.com

É claro que, como cristãos, você e eu sabemos que nosso Deus é onipotente, onisciente e onipresente. Ele sozinho é o Alfa e Ômega; Ele é O Criador do universo e, certamente, não compartilhará sua glória com nenhum outro deus. Ele mesmo diz em Isaías 45, 5: “Eu sou o Senhor, e não há outro, além de mim, não há Deus (…)”.

Só o nosso Deus conhece o passado de todos e molda o futuro.

Portanto, numa época como esta, quando chegamos ao fim de um ano e nos preparamos para o início do próximo, somos encorajados a olhar para o passado e para o futuro não com medo, não com superstições, e sim com esperança. Devemos ser fortes e ousados ​​no espírito como leões liderados pelo grande Leão da tribo de Judá. Há um provérbio africano que diz que: quando um leão para para olhar para trás, ele não olha com medo ou tristeza, mas contempla com alegria a distância que percorreu até então. Esta é a época do ano quando paramos com confiança para olharmos para trás, ver a distância que percorremos e olhar para o futuro com a ajuda de Deus. 

Fazemos novas resoluções, renovamos o nosso compromisso de santidade. Não há absolutamente nada de errado com esse movimento; deve, entretanto, ser uma resolução verdadeira para não ser confundida com um desejo passageiro.

Alguns podem desejar ter um estilo de vida específico; alguns gostariam de poder ser homens e mulheres de oração mais profunda, de poder estar mais perto de Deus, mas não têm força de vontade para decidir tornar seu desejo realidade. 

Esta época do ano não é para fazer desejos passageiros, mas para decidir-se superar os erros e pecados do ano que deixamos para trás e entrar no próximo ano com confiança guiados pela luz de Cristo. 

A Bem-Aventurada Virgem Maria é um exemplo de pessoa verdadeiramente decidida; Ela resolveu se entregar a Deus e disse: que seja feito em mim de acordo com a Sua vontade. Ela resolveu se render; Ela foi fiel até o fim. Por toda a sua vida, Ela guardou a palavra de Deus em seu coração e manteve o poder de sua presença com grande fé.

Precisamos dessa fé ao nos prepararmos para entrar no novo ano para começar outra jornada misteriosa de fé. Não sabemos o que nos reserva, mas estamos confiantes pelo Senhor ser o nosso pastor e saber que Ele não nos abandonará pelo caminho.

É uma jornada de fé que me lembra nosso pai na fé, o chamado de Abraão. Abraão tinha 75 anos quando Deus o chamou. O Senhor disse a Abrão: “Sai da tua terra e da tua parentela e da casa de teu pai para a terra que te mostrarei”. Então, foi Abrão, como o Senhor lhe havia dito; e Ló foi com ele (Gênesis 12, 1 e 4). Foi uma jornada de fé, pois Abraão não sabia para onde estava indo. Ele foi chamado para fora de sua zona de conforto, de seu território familiar, da casa e do país de seu pai para um destino desconhecido. Abraão começou a jornada com fé porque o Senhor lhe havia dito: “Vou mostrar-lhe a terra”; o Senhor era quem o guiava.

Esta é a época do ano quando paramos com confiança para olharmos para trás, ver a distância que percorremos e olhar para o futuro com a ajuda de Deus. 

Como Abraão, devemos deixar o Senhor mostrar o caminho; devemos deixá-Lo ser o nosso Pastor. Podemos não saber o que o próximo ano nos reserva, podemos nem mesmo saber o caminho até o ano, mas o Senhor diz a cada um de nós, assim como disse a Abraão: “Eu vou te mostrar o caminho”. Ele pode nos conduzir por uma estrada reta, uma estrada sinuosa ou pelo vale da sombra da morte. Onde quer que Ele vá, nós O seguiremos; Ele será nosso protetor e o cajado em Sua mão será nosso conforto.

O cajado é um símbolo de autoridade, confortou o profeta Jeremias e nos confortará em nome de Jesus Cristo. Sim, o profeta Jeremias teve medo quando Deus o chamou (Jer. 1, 4-19). Mas Deus disse a Jeremias: “Não tenha medo; Eu estou contigo”. No versículo 11, a Palavra do Senhor veio a Jeremias dizendo: “Jeremias, o que você vê?”. Jeremias disse: “Vejo uma haste de amêndoa”. Jeremias viu o símbolo da autoridade de Deus, e Deus disse a Jeremias, no versículo 19: “‘Eles lutarão contra você; mas não prevalecerão contra ti, porque estou contigo’, diz o Senhor, ‘para te livrar'”.

Não tenha medo de entrar no próximo ano. Os desafios serão grandes, mas a dificuldade, o medo, o fracasso não prevalecerão, porque o Senhor está contigo.

Olhemos para o ano que vivemos, como o leão que para para olhar para trás, sem medo. Nossos passos serão guiados para a abundância da graça de Deus no próximo ano, se entregarmos nossa vida toda a Ele.

Assim como os apóstolos entregaram os cinco pães e dois peixes para Jesus pelo milagre da multiplicação, queremos entregar o próximo ano ao Senhor, para que em tudo a Sua Vontade aconteça em nossa vida e que não sejamos desamparados pela sua graça que nunca nos há de faltar.

Kaique Duarte
Seminarista da Comunidade Canção Nova

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