Neste artigo, damos mais um passo no caminho de conhecimento do decálogo. Iremos entender um pouco mais sobre o sexto mandamento, que é conhecido como “Não pecar contra a castidade”. É importante lembrar que os mandamentos são sempre expressos a partir do amor a Deus e ao próximo. São de Santo Agostinho as palavras que enfatizam a necessidade de observar o decálogo: “Os dez mandamentos têm um lugar preponderante na catequese dos futuros batizados e dos fiéis”.
Chamados a viver castamente
“A castidade é a integração correta da sexualidade na pessoa, com isso, a unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual”, ensina o Catecismo da Igreja (Cf. CIC §2337). Sendo assim, todos os fiéis são convocados a ter uma vida casta. Para os casais, a vivência da castidade acontece na fidelidade conjugal, sem uma busca de subterfúgios que fora da relação com o seu cônjuge; para os solteiros, a abstenção do ato sexual e de todos os pecados relacionados – masturbação, pornografia -, cada membro da Igreja deve mantar-se casto e em uma crescente conquista da virtude da castidade.
A vivência da castidade é composta pelo domínio de si a partir da liberdade do próprio homem. Esse domínio de si é expresso no livro do Eclesiástico desta forma: “A paixão do ímpio não poderá justificá-lo, porque o peso de sua paixão é sua ruína. O paciente resistirá até o momento oportuno, mas depois a alegria brotará para ele. Até o momento oportuno, calará suas razões, mas os lábios de muitos narrarão sua inteligência” (Eclo 1,22-24). O Catecismo ensina como manter-se casto através do empenho dos meios: “O conhecimento de si, a prática de uma ascese adaptada a cada situação pessoal, a obediência aos mandamentos divinos, a prática das virtudes morais e a fidelidade à oração” (CIC §2340).
Pecados contra a castidade
Muitas são as formas de ferir o sexto mandamento. Vejamos quais essas formas que o Catecismo da Igreja nos instrui, a fim de que possamos vigiar e orar para fugirmos de todas as ocasiões de pecado. A luxúria é a primeira forma de pecar, e é definida como “um desejo desordenado ou um gozo desregrado do prazer venéreo. O prazer sexual é moralmente desordenado quando é buscado por si mesmo, isolado das finalidades de procriação e união” (CIC §2351).
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Uma outra possibilidade de ferir este mandamento é por meio da masturbação. Ou seja, “a excitação voluntária dos órgãos genitais, a fim de conseguir um prazer venéreo” (CIC §2352). Além disso, peca-se também por meio da fornicação, que “é a união fora do casamento entre um homem e uma mulher livres” (CIC §2353). A pornografia é também um pecado contra a castidade. A pornografia é entendida como “a retirada de atos sexuais, reais ou simulados, da intimidade dos parceiros para exibi-los a terceiros de maneira deliberada” (CIC §2354). A prostituição fere totalmente a dignidade da pessoa, bem como o sexto mandamento. Isso acontece porque busca apenas o prazer venéreo. Dessa forma, peca aquele que oferece seu corpo, mas também quem paga pelo prazer (Cf. CIC §2355). E por fim, a estupro que “é a penetração à força, com violência, na intimidade sexual de uma pessoa” (CIC §2356).
Queridos leitores, é salutar a observância da castidade em todas as suas dimensões. Cristo é o exemplo de castidade perfeita, Ele que foi casto em toda a sua vida. Que cada cristão cresça também na observância deste mandamento, para que a comunidade cristã seja um ambiente de respeito e de amor verdadeiro.
Padre Fábio Nunes
Comunidade Canção Nova
Fontes:
BÍBLIA. Português. Tradução da Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2002. 2206p.
CATECISMO da Igreja Católica. São Paulo: Loyola, 2000.