DISPOSIÇÃO INTERIOR

Somos servos da vontade de Deus

O evangelista Mateus escreve que Pedro, ao ser interpelado pela pergunta de Jesus Cristo – “E vós, quem dizeis que eu sou?”(Mt 16,15) –, assim respondeu: “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Diante de tal resposta, Jesus respondeu: “Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne ou sangue que te revelaram isso, e sim meu Pai que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Hades nunca prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus, e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus” ( Mt 16,17-19).

“… Assim, nós seremos felizes!” | Foto ilustrativa: cancaonova.com

Diante da afirmação de Pedro, Jesus a acolhe como a revelação de Deus. Esse relato bíblico nos impulsiona a refletir que Pedro é um bem-aventurado, porque se deixou conduzir por Deus na sua colocação. Essa passagem nos faz perceber que seremos bem-aventurados quando nos deixarmos guiar por Deus, quando nos abrirmos às suas revelações, e quando deixarmos Deus falar e agir em nós! Assim, nós seremos felizes!

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E nessa abertura de coração a Deus, Ele faz prodígios por meio de nós, confiando-nos tarefas até mesmo grandiosas, como a Pedro, que recebeu “as chaves do Reino”. Deus quis precisar de nós, mesmo sem precisar! Somos simples servos nas suas mãos, como dito em Lc 17,10. Deus quis nos fazer instrumentos seus.

Sobre esse ponto, o Catecismo da Igreja Católica, no número 876, ao tratar dos ministros da Igreja, afirma: “[…] inteiramente dependentes de Cristo, que dá missão e autoridade, os ministros são verdadeiramente “servos de Cristo”, a imagem de Cristo que assumiu livremente por nós “a forma de escravo” (Fl 2,7). Visto que a palavra e a graça de que são ministros não são deles, mas de Cristo, que as confiou a eles em vista dos outros, eles se farão livremente servos de todos”.

Depreende-se ainda da palavra de Mt 16,17-19, que Deus, além de nos dar tarefas, Ele nos garante a continuidade da sua obra, independente de nós. Esse plano de cooperação com Deus na obra redentora, mas ao mesmo tempo a consciência de que é Ele quem sustenta a obra, remete-nos à condição de simples servos e tira-nos do orgulho, da vaidade, da prepotência e do equívoco de pensar que a obra dependente de nós. E, ao mesmo tempo, coloca-nos na condição de servos, não apenas da obra, nem da Igreja ou dos homens, mas primeira e essencialmente servos da vontade de Deus, escravos por decisão livre do querer de Deus. Servimos não porque a obra precisa de nós, mas porque Deus nos quer servindo! E nesse caminho de serviço segundo a vontade de Deus, Ele nos ama, cura-nos, liberta-nos e faz com que sejamos instrumentos do amor d’Ele na vida dos outros. Tudo isso para a nossa salvação! Lembrei-me das palavras de Santo Agostinho: “Deus que te criou sem ti não te salvará sem ti” (Sermão 169, 11.13). Ele quer contar contigo!

Então, meu irmão, se é vontade de Deus, faça! Serás feliz!

Graciane Apolônio
Missionária da Comunidade Canção Nova

 

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